[De António Santos] A maioria dos historiadores atribui a libertação LGBT ocorrida na Rússia e na Ucrânia na década de 20 ao colapso do edifício judicial do czarismo, à desordem da guerra civil, à circunstância embrionária das primeiras leis soviéticas ou, mais frequentemente, a um acaso fortuito da História. Nada mais equivocado.
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Mesmo na cosmopolita Inglaterra, em plena década de 60, as pessoas LGBT eram punidas com duras penas de prisão. E, há cem anos, a Rússia de Lénine era o primeiro país a, no século XX, abolir todas as leis contra a homossexualidade: a revolução bolchevique legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, reconhece às pessoas LGBT liberdade e direitos políticos, autoriza a mudança de sexo nos passaportes e documentos de identificação e financia estudos científicos, pioneiros e descomplexados, sobre a homossexualidade. (Abril)