[De Ricardo M Santos] O mais surreal nisto tudo é que, muitas vezes, estas medidas de promoção da desertificação são promovidas por pessoas do interior e aprovadas por gente eleita em distritos do interior. Que, na verdade, não quer ser o eleito pelo seu distrito, quer ser aquele que no seu distrito é conhecido por estar em Lisboa, curvando-se perante a elite da metrópole.
Portugal mantém-se inclinado para o mar, com duas cidades que, se não aprenderem a conviver e tiverem capacidade de perder algumas coisas para o resto do país, vão acabar por afogar-se. É que não deve haver muitos países onde quase 50% da população se concentra em apenas dois grandes centros, no caso, as Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto. Bem acima de 800 habitantes por km2, quando a média do país é de pouco mais de 100.
E não, não falta nada ao Porto nem falta nada a Lisboa. Basta levantarmos a cabeça dos smartphones e olharmos para o resto do país. (manifesto74)