Os Altsasuko Gurasoak - pais dos jovens incriminados de Altsasu, para quem o MP pede 375 anos de cadeia - referiram-se ao «longo e duro calvário» que estão a viver desde a madrugada de 15 de Outubro, quando jovens da localidade e guardas civis à paisana se envolveram numa zaragata. Para hoje, agendaram uma manifestação em Altsasu (Nafarroa); para 14 de Julho, a oito meses do encarceramento dos jovens, uma concentração em Iruñea (17h30, Gaztelu Plaza).
Na quarta-feira, acompanhados por centenas de conterrâneos, os pais dos jovens referiram-se «ao medo, à preocupação, ao desamparo e total desconfiança» que sentem após o Ministério Público ter tornado públicas as penas que solicita para os jovens - «penas desproporcionadas, 375 anos de cadeia para oito jovens por uma bulha num bar em que a maior lesão foi a rotura de um tornozelo».
Apontaram ainda casos semelhantes de zaragatas ou agressões a forças de segurança, estando ao serviço ou não, e que, com consequências físicas mais graves, implicaram penas mais pequenas e raramente de prisão. Por isso perguntaram: «A Justiça é diferente para as pessoas de Altsasu?»
«Estamos a assistir a uma actuação judicial sobredimensionada, alimentada por uma campanha mediática que distorceu por completo a realidade deste município», criticaram, ao mesmo tempo que rejeitaram a «utilização extensiva do crime de terrorismo», que «viola o princípio da legalidade e o direito a um julgamento justo».
Afirmaram não querer impunidade nem posicionamentos de excepção. Pediram «à sociedade, às instituições e a todo o tipo de entidades que defendam o direito à presunção de inocência, a um julgamento com garantias processuais». / Ver: ahotsa.info
sexta-feira, 7 de julho de 2017
Em Altsasu, denuncia-se a «Justiça» e apela-se à mobilização
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