quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Dos armazéns cheios no super de La Urbina à «linha vermelha» de Santos Silva

No vídeo divulgado na quinta-feira passada, Nubia Capote, repórter da TVS Pueblo, acompanha a Rede de Fiscalização de Supermercados na Venezuela e mostra como há produtos com os preços «extremamente caros» e sem «preços «regulados», ou seja, tabelados de acordo com as normas estabelecidas pelo governo venezuelano no âmbito do Plano de Recuperação Económica.

A cadeia Central Madeirense tem sido alvo de múltiplas denúncias e, no vídeo, tenta-se mostrar a razão de ser disso. No supermercado de La Urbina, em Caracas.
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O tom das declarações de Arreaza foi diplomático e conciliador. Já o do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, fez lembrar o de outros agentes da União Europeia ou da Organização de Estados Americanos, que se dirigem ao país sul-americano num tom claro de ingerência.

O diplomata português arrogou-se ainda o direito de tecer considerações sobre as medidas económicas de um Estado soberano, afirmando que os portugueses e lusodescendentes foram detidos «por incumprimento de uma lei que é impossível de cumprir» e que são «objecto de iniciativas da parte das autoridades venezuelanas que põem em perigo a sua subsistência».

Parece escapar-lhe a parte da soberania venezuelana, do direito do governo bolivariano tomar as decisões que melhor sirvam os interesses do seu povo, e passar-lhe ao lado o relativo ao facto de os cidadãos em causa – portugueses e lusodescendentes – serem acusados por alegadamente terem cometido crimes pelos quais outros cidadãos venezuelanos têm estado a ser detidos e formalmente acusados. (Abril)