No final de Agosto, já passada a Aste Nagusia [Semana Grande das festas de Bilbo], a Udaltzaingoa multou duas vezes um membro de uma konpartsa que andava a desmontar as txosnas [estruturas usadas no período de festa]. Uma das multas foi por se dirigir em euskara a um agente, que definiu o caso como «uma falta de respeito».
Na sua conta de Twitter, o bilbaíno Arkaitz Zarraga explicou que o trânsito estava condicionado na zona das txosnas, mas que os membros das comparsas estão autorizados a circular com viaturas nesse espaço; ainda assim, um polícia mandou-o parar.
«Pedi-lhe que falasse basco e a atitude dele mudou!», escreveu Zarraga no Twitter.
Depois de afirmar que preferia falar com funcionários públicos em basco, o agente disse-lhe que «conhecia bem os seus direitos».
Zarraga insistiu, lembrando-lhe que devia respeitar os direitos dos cidadãos. A resposta: «Dê-me o seu BI, a carta de condução e os documentos do seguro; pedi reforços pelo rádio».
Apareceu então um outro agente, falante de euskara. «Ele mandou-te estacionar o carro», disse. Mas Zarraga conhecia este polícia, pois tinham estudado juntos. Escreveu no Twitter: «Até costumávamos discutir sócio-linguística nas aulas, e eu disse-lhe que a situação era injusta. Ele estava envergonhado».
Mas isto não alterou o curso das coisas com a Udaltzaingoa, que multou Zarraga duas vezes. «Uma multa estava relacionada com a condução. A outra foi por faltar ao respeito ao agente! Sou novamente o criminoso. Os direitos deles valem mais que os meus. Fui desmontar as estruturas cheio de frustração, zangado e com necessidade de contar a alguém» o que se passou, escreveu Arkaitz Zarraga.
Para este euskaltzale [amante da língua basca], as normas municipais de Bilbo sobre o euskara não protegem os falantes de basco neste tipo de situações. / Ver: argia [eus. e ing. (os conteúdos são idênticos, não absolutamente iguais)]