Numa conferência de imprensa que ontem deram em Bilbo, a advogada Jone Goirizelaia e os pais de Jone Amezaga criticaram o papel da Ertzaintza no caso da jovem de Errigoiti (Bizkaia). Num relatório datado de 21 de Novembro e enviado por fax da esquadra de Erandio à Audiência Nacional espanhola, a Ertzaintza alerta o tribunal de excepção para os riscos associados «à concessão de um prazo de vários dias (10)» para a jovem se apresentar de forma voluntária na prisão, detendo-se de forma demorada na questão dos «muros populares». Uma cópia do relatório está acessível na peça do Argia intitulada «A Ertzaintza não quer muros populares».
A 24 de Novembro, a advogada de Jone teve conhecimento do prazo de dez dias concedido à jovem para se apresentar voluntariamente; no dia seguinte, recebeu novas notícias: a AN espanhola anula a decisão anterior e decreta a detenção e o encarceramento imediatos. Para a advogada, na base desta alteração está o relatório enviado pela Ertzaintza, que, a dada altura, se refere ao «trabalho político de Jone numa organização legal». «A Ertzaintza, não sei porquê, andou a investigá-la, seguiu a sua militância política, concluiu que essa actividade é punível e que, por isso, Jone deve ir para a prisão», disse Goirizelaia.
Jone Amezaga foi condenada a 18 meses de cadeia pela AN espanhola, que a acusou da prática de «enaltecimento do terrorismo» pela colocação de uma faixa em Gernika, em Outubro de 2012. A sentença foi confirmada pelo Supremo Tribunal espanhol, mas Jone negou sempre os factos referidos pela acusação, e afirmou estar a ser perseguida pela sua militância política e que o seu caso se baseia numa «montagem policial».
Acção de apoio, sexta-feira
Para apoiar a natural de Errigoiti, a plataforma popular «Jone Libre» agendou para amanhã, sexta-feira, um acto de apoio. Começa às 19h00 na Merkatu plaza de Gernika-Lumo. / Ver: topatu.info / Informação e apoio: @JoneLibre