Esta manhã, o colectivo Berri-Otxoak, plataforma contra a exclusão social e de defesa dos direitos sociais, concentrou-se frente ao Departamento de Acção Social da Câmara Municipal de Barakaldo (Bizkaia) em protesto contra os cortes nos apoios sociais à população desempregada e carenciada do município e contra «a total prioridade» que está a ser dada ao mundial de basquetebol.
Aproveitando o contexto da realização do mundial de basquetebol, também no município, membros da plataforma trouxeram um cesto para a rua, vestiram roupa desportiva e começaram a lançar bolas ao cesto frente às referidas instalações municipais, para denunciar o facto de a Câmara estar a dar «total prioridade» ao mundial, gastando mais de 200 mil euros «em autopropaganda», e pondo de parte os problemas das populações: o desemprego, a precariedade (ainda ontem um morador de Barakaldo perdeu a vida num acidente laboral) e a falta de recursos.
A mobilização serviu também para denunciar os contínuos cortes aplicados pelo município ao nível dos apoios sociais. Em Julho, num decreto «ao fiel estilo Rajoy», a autarquia decidiu cortar 50% nas prestações atribuídas às famílias para fazerem frente às necessidades mais básicas.
Numa nota de imprensa, a Berri-Otxoak afirma que:
as situações de pobreza se agravam em Barakaldo (8% dos casos são situações de pobreza extrema; 2500 mulheres, viúvas, vivem abaixo do limiar da pobreza); a taxa de desemprego se situa nos 19% e que 63% dos desempregados não recebem qualquer tipo de apoio; 4000 pessoas recorreram ao Banco Alimentar; há pessoas a receber ajuda alimentar de organizações religiosas; durante o Verão, cerca de 300 crianças tiveram dificuldade em comer a refeição principal do dia, uma vez que não tinham apoio dos refeitórios, encerrados; todas as semanas, quatro famílias são despejadas de suas casas; há falta de trabalhadores nos serviços sociais municipais, o que provoca atrasos de sete meses nos processos relacionados com as famílias carenciadas na localidade; continua por atribuir a verba destinada à criação de um albergue para pessoas sem-abrigo (obrigatório em municípios com mais de 20 mil habitantes). / Ver: herrikolore.org e lahaine.org
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Lances livres contra os cortes nos apoios sociais em Barakaldo
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