A Black Friday, que tem a sua origem no último quartel do séc. XIX, nas paradas de chegada da época natalícia que despediam o Dia de Acção de Graças, foi evoluindo de um simples dia de descontos para a efeméride alegórica do próprio capitalismo: nos EUA, centenas de milhares de pessoas passam a noite ao relento para, de madrugada, se atropelarem numa corrida aos bens que durante o remanescente do ano, lhes são inacessíveis. Os trabalhadores destas lojas, por outro lado, são forçados a trabalharem horários desumanos, por vezes superiores a 24 horas, amiúde sem qualquer compensação. [...]
Poderão responder-me que «isso é nos EUA», mas não há qualquer razão para que o mesmo não aconteça em Portugal, ou já não nos lembramos das infames campanhas do Primeiro de Maio levadas a cabo pelo Pingo Doce? Não há nada de «americano» no que matou aquele trabalhador da Macy's. A ansiedade, insegurança e loucura geradas pelo consumismo, doença infantil do capitalismo, não têm nacionalidade. (manifesto74)
«De Pol Pot ao ISIS: o sangue nunca secou», de John PILGER (odiario.info)
Quando os grandes media se esforçam por separar causas e efeitos na escalada do terrorismo jihadista, é necessário recordar mais uma vez o papel determinante das agressões imperialistas nesse processo, em diferentes locais do mundo e em diferentes condições históricas e culturais. A destruição física e nacional e os genocídios que desencadeiam geram as condições para que a barbárie surja como resposta à barbárie. E, como é sabido, o imperialismo e seus aliados não só a geram como a alimentam.