Muitas centenas de pessoas manifestaram-se ontem, 7, em Donostia, para protestar contra a demolição do Kortxoenea Gaztetxea na terça-feira passada. Exibindo faixas em que se lia «Hiria herrirrontzat. Kortxoenea biririk» [A cidade para os cidadãos. Kortxoenea vivo] e «Dono$tia 2016. Cultura d€l Capital» (aludindo ao facto de Donostia ser capital europeia da cultura em 2016), teceram fortes críticas ao Executivo municipal liderado por Eneko Goia (PNV) e reivindicaram um outro modelo de cidade.
A mobilização partiu do centro (Boulevard) e atravessou a cidade na direcção de Sagues, em ambiente de festa mas, simultaneamente, com um tom fortemente crítico para o rumo que a cidade leva. Ouviram-se palavras de ordem em defesa da «ocupação» e da «autogestão»; outras acusavam o presidente da Câmara de ser um «lacaio do capital» e outras ainda perguntavam se em Donostia se defendia a capital da cultura ou «a cultura do capital».
No final da manifestação, em Sagues, Xubane Uribarrena e Andrea Melo leram um comunicado em nome do movimento de defesa do gaztetxe. Qualificaram o despejo e a demolição ocorridos na terça-feira, 3, como «ilegais», uma acção levada a cabo «com violência por pessoas pagas»: «sicários» que os jovens acusam de terem sido mandados pelos donos do imóvel, onde apareceram com barras de ferro. Também denunciaram a atitude «cúmplice» da Câmara Municipal, mas, como não têm intenção de desistir, afirmaram: «Vamos continuar a dar cor a esta Donostia cinzenta e triste que nos querem vender». / Ver: naiz e Berria / Vídeo: manifestação «Kortxoenea bizirik»