O Colectivo de Presas e Presos Políticos Bascos fez eco do plano do Governo espanhol, no qual vê um reconhecimento do seu carácter político, da natureza discricionária da política prisional e do fracasso da «via Nanclares». Acrescenta que qualquer programa que procure o binómio «arrependimento-delação» será estéril, mas que o EPPK está disposto a dar passos se se abandonarem «todas as pressões e chantagens».
O Euskal Preso Politikoen Kolektiboa enviou uma nota ao Gara na qual faz uma avaliação do programa de «reinserção» dado a conhecer pelo Governo espanhol na semana passada. Depois de destacar que o plano implica o reconhecimento de algumas questões largamente denunciadas, como a arbitrariedade da política prisional, os presos criticam o facto de o plano não responder à exigência da sociedade basca. E, a partir daí, o EPPK fixa a sua posição: «Qualquer "programa" que tenha como base o arrependimento-delação nasce morto e estéril. Contudo, abandonando as pressões e as chantagens, o EPPK manifesta a sua disposição para dar passos, na linha das suas últimas declarações e à espera de que sejam divulgadas as conclusões do seu debate».
O Colectivo pensa que este plano não deve ser analisado de forma isolada, uma vez que, pouco antes, o Tribunal Constitucional tinha decidido ratificar a chamada «doutrina Parot», um elemento que «também é significativo», na medida em que «reforça a política prisional».
Assim, os presos consideram que o programa do Governo do PP «não responde ao que uma vasta maioria da sociedade basca lhe pediu mil vezes: que mude a política prisional e a adapte às novas oportunidades políticas». E reiteram que é «preciso desactivar as medidas de excepção. É preciso acabar com as situações de excepção e com a dispersão (os acidentes mostram a realidade de cada fim-de-semana), garantir todos os direitos e dar início à libertação dos presos no quadro das condições democráticas». / Notícia completa: Gara / Nota do EPPK
Dezenas de personalidades apoiam as mobilizações convocadas pelo Herrira para 19 de Maio
O movimento Herrira apresentou hoje em Bilbo uma longa lista de adesões às mobilizações que levará a cabo no dia 19 de Maio em bairros, localidades e cidades de Euskal Herria para exigir que o respeito pelos direitos dos presos políticos bascos.
Ana Sáez de Urabain e Manu Ugartemendia, membros do Herrira, leram um comunicado no qual, depois recordar os acidentes de viação sofridos vários por familiares na semana passada, pediram que «se ponha fim ao sofrimento», e exigiram aos governos espanhol e francês que «se comprometam com os direitos humanos e com a paz, sem misturar os direitos com outros debates políticos. Para acabar com a dispersão, não faz falta nada mais que cumprir a lei», disse.
Com eles, estiveram presentes em Bilbo a cantora Amaia Zubiria, a jogadora do Athletic Eba Ferreira, o educador social Jesús Valencia, o director do Berria, Martxelo Otamendi, e o sindicalista Jesús Uzcudun. Através de vídeo, também expressaram o seu apoio o escritor Kirmen Uribe, o cantor Gontzal Mendibil e o actor Ramón Barea, que reflectiram sobre a necessidade de respeitar os direitos dos presos políticos bascos.