Intervenção da secretária-geral do LAB Sindikatua em Donostia. [Em castelhano dos 10 aos 16 minutos.] Fonte: labsindikatua.org
Nas comemorações do Primeiro de Maio em Euskal Herria, as centrais sindicais afirmaram que os cortes e a reforma laboral aplicados pelo Governo espanhol do PP aumentaram o desemprego e a pobreza, argumentos que coincidem de forma directa com as conclusões do informe da OIT sobre o emprego no mundo, publicado ontem.
Nas capitais bascas e nas comarcas mais significativas de Euskal Herria, os trabalhadores desfilaram numa data histórica para reclamar uma mudança de rumo.
O LAB realizou grandes mobilizações em Bilbo, Donostia, Gasteiz, Iruñea, Baiona e Maule. A secretária-geral do sindicato, Ainhoa Etxaide, disse que «está na hora de decidir se a agenda de Euskal Herria vai ser determinada pelas "sextas-feiras de Rajoy" ou pelos agentes sociais, políticos, sindicais e institucionais» bascos.
Etxaide efectuou estas declarações aos jornalistas momentos antes de participar na manifestação organizada pelo seu sindicato em Donostia, na qual também participaram, entre outros, o político abertzale Joseba Permach e o deputado geral de Gipuzkoa, Martín Garitano.
A máxima dirigente do LAB afirmou que «Euskal Herria tem capacidade, agentes e uma maioria social suficiente para fazer o seu próprio caminho face a esta crise» e «construir uma saída própria e democrática» que garantirá à classe trabalhadora «um futuro digno», à margem do «empobrecimento» que lhe «está a ser imposto». «Está na hora de o reivindicar e de dar passos concretos nesse sentido», sublinhou a líder sindical, antes de destacar a necessidade de «assumir novas iniciativas e compromissos para que esse caminho não só seja possível, mas que se torne uma realidade concreta»; para tal, reclamou o «direito a decidir».
«Consolidar uma aliança sindical»
Entretanto, o ELA realizou o seu acto central na Praça do Sagrado Coração em Bilbo, com o lema «Sindicato, más que nunca». Na mesma, o seu secretário-geral, Adolfo Muñoz, defendeu a «consolidação de uma aliança sindical e social que partilhe propostas e calendário de mobilização, sem dar qualquer cobertura ao poder político e económico que aplica os cortes; o ELA vai-se esforçar para partilhar trabalho e socializar propostas por forma a mobilizar a sociedade», insistiu. O líder do ELA perguntou ainda aos partidos bascos se vão aplicar o «passe foral» aos cortes de Madrid.
UGT e CCOO, por seu lado, mobilizaram-se juntas nas quatro capitais de Hego Euskal Herria [País Basco Sul]. Na manifestação de Iruñea os dois sindicatos afirmaram que a reforma laboral, «extremamente agressiva», «transforma os trabalhadores nos novos escravos do século XXI». Assim, reivindicaram «trabalho, dignidade e direitos».
O STEE-EILAS saiu à rua em Donostia, tal como o ESK, que também o fez em Bilbo e Iruñea.
Ipar Euskal Herria
As mobilizações de Ipar Euskal Herria deixaram clara, mais uma vez, a divisão sindical, na medida em que CFDT, CGT, FSU, Solidaires e Unsa fizeram uma convocatória que deixou o LAB à parte. Assim, os primeiros mobilizaram-se hoje de manhã em St. Ursule (Baiona), enquanto a central independentista o fez na Praça Reduit. Na mobilização intersindical participaram cerca de 4500 pessoas, segundo informa a kazeta.info, enquanto a do LAB contou com 400 pessoas. Em Hendaia (Lapurdi) também houve mobilizações, também aí de forma separada, tal como em Maule (Zuberoa). / Fonte: Gara / Ver também: boltxe.info
Vídeo: Manifestação do ELA em Bilbo (Gara)
Fotos: O Primeiro de Maio noutros países do mundo (Gara)