Diversos familiares de vítimas da guerra suja apoiaram, com a sua presença, a apresentação oficial do quinto trabalho monográfico da Euskal Memoria Fundazioa. Nesta ocasião, realizou-se um amplo trabalho de investigação e de compilação sobre o terrorismo de Estado. No acto, que decorreu na sala de conferências do San Telmo Museoa, intervieram Eugenio Etxebeste Arizkuren, autor do prólogo de La guerra no declarada, e Amaia e Aiora, filhas de Angel Etxaniz, morto pelo BVE em Agosto de 1980.
BVE, AAA, ATE, GANE, GAL... são apenas algumas siglas, que não circunscrevem esta realidade. No seu último trabalho, intitulado La guerra no declarada. Terrorismo de Estado en Euskal Herria, a Euskal Memoria disseca a realidade da guerra suja não apenas com dados - como os impressionantes 83 mortos do pós-franquismo -, mas também com análises que a contextualizam e entrevistas que lhe conferem textura humana.
As 766 páginas da obra incluem uma longa lista de factos ocorridos nesse fatídico capítulo da história de Euskal Herria. Eugenio Etxebeste, Antton, sublinhou na apresentação que a guerra suja é a ponta de um icebergue e que o objectivo deste trabalho é aprofundar o conhecimento sobre o que realmente sustenta esta guerra não declarada pelo Estado.
Também intervieram Amaia e Aiora Etxaniz, filhas de Angel Etxaniz, morto num atentado do BVE em Agosto de 1980. Depois de recordarem que este ano passam 30 anos sobre a criação dos GAL, durante uma transição que foi um trâmite propagandístico, sublinharam a necessidade de falar sobre o que se passou nesse período e de trazer a verdade à superfície. Isto faz parte do relato da verdade, referiram, acrescentando que a memória deve ser colectiva, sem pôr de lado nem ignorar o sofrimento daqueles que foram protagonistas do conflito. / Ver: boltxe.info
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Apresentado em Donostia o trabalho da Euskal Memoria sobre o terrorismo de Estado
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