A esquerda abertzale denunciou hoje em Iruñea a atitude do autarca de Zizur Nagusia, Pedro Huarte (Aralar), que assinou no passado dia 31 de Julho um decreto em que dissolve o grupo municipal da ANV e priva Maite Valencia dos direitos elementares para continuar a exercer as funções de vereadora.
Do mesmo modo, criticou o facto de ter sido o próprio autarca do NaBai a solicitar um relatório a Garzón sobre a situação da edil abertzale.
“A ordem do autarca de fechar o gabinete no qual Maite Valencia desenvolve a sua actividade é uma mostra do alinhamento do Nafarroa Bai com a tese de Garzón, de Rubalcaba, da direita navarra”, insistiu, pelo que, no entender de Txelui Moreno, o NaBai “se junta assim ao tristemente famoso clube dos ilegalizadores, ao clube dos inquisidores, assumindo as teses do PP e do PSOE, e pondo-as em prática de livre vontade”.
Para Txelui Moreno, “este não é um facto isolado, mas situa-se na linha reaccionária marcada pelo PP e pelo PSOE, e mais concretamente na ofensiva contra os representantes eleitos de esquerda e abertzales, com uma mudança no que respeita a actuações anteriores: neste caso, em vez de utilizar o poder judicial e a repressão policial, usaram o Nafarroa Bai”.
Por tal, Moreno apelou às bases do NaBai para “ que se revoltem contra esta atitude”.
«Culminar de uma atitude»
Por seu lado, a vereadora da EAE-ANV em Zizur Nagusia, Maite Valencia, considerou que o decreto da Autarquia assinado na semana passada pelo presidente da Câmara para dissolver o seu grupo e retirar os seus símbolos do gabinete que utilizava até agora é “o culminar de uma atitude que o Nafarroa Bai manteve para com a ANV desde o princípio da legislatura”.
Nesse sentido, Valencia assegurou que desde o início da legislatura “a Autarquia que o Nafarroa Bai detém manteve um apartheid contra a esquerda abertzale” e que o seu posicionamento se caracterizou pelo “menosprezo” para com a EAE-ANV.
Por tudo isto, lembrou a Huarte que “um autarca democrático existe para garantir os direitos dos seus munícipes, não para os retirar”, e reclamou, desta forma, o seu “direito a trabalhar em prol dos habitantes de Zizur Nagusia, por ter sido para isso que a elegeram”.
Por último, e como denúncia destes factos, convocaram uma concentração para a próxima quarta-feira, às 20h, frente à sede municipal.
Fonte: Gara