Recorde-se que os presos políticos em causa - Inés del Río e Josu Bravo - já tinham direito a estar em liberdade ou em liberdade condicional: a primeira estava na cadeia depois de já ter cumprido a pena a que fora condenada, em virtude da aplicação da chamada «Doutrina Parot»; o segundo já tinha cumprido 3/4 da pena, pelo que tinha direito à liberdade condicional.
«Escândalo judicial»
Em declarações ao ahotsa.info, a advogada de Sota, Jaione Karrera, mostrou-se «escandalizada» com a decisão da Audiência Nacional espanhola, presidida pela magistrada Concepción Espejel. «É um escândalo dar ordem de prisão a uma pessoa condenada a um ano de cadeia. E mais ainda quando o crime de que é acusado é a simples afixação de fotografias de presos que deveriam estar em liberdade».
A advogada navarra disse que, depois de o tribunal ter rejeitado o pedido do Ministério Público para que a pena fosse suspensa (o que é habitual em condenações inferiores a dois anos de cadeia), solicitou a substituição da pena de prisão por uma multa, mas isto também não foi aceite. A AN argumenta que Sota já foi condenado e que é um «reincidente», mas Karrera sublinha que Sota já cumpriu todas as penas a que foi condenado e não possui antecedentes penais computáveis.
Karrera realçou ainda o facto de não lhes ter sido dado tempo para recorrer do mandado de detenção transmitido à Guarda Civil; também não foi fixado um prazo para o jovem poder comparecer voluntariamente na prisão - algo também habitual.
A juíza Concepción Espejel teve recentemente outras actuações polémicas, como a ordem de prisão decretada a Ibon Iparragirre, preso político de Ondarroa (Bizkaia) que se encontra gravemente doente e que tinha saído da cadeia precisamente por isso. / Ver: ahotsa.info / Ver também: «Na sequência do mandado de prisão contra Fernando Sota, o Sortu denuncia a "crueldade" do Estado»
PRESAS BASCAS EM LUTA NA CADEIA DE FLEURY
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