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A ideia era que Sarasketa falasse para o público por vídeo-conferência, mas a falha da ligação à Internet em todo o bairro levou a que as coisas funcionassem de outra maneira: de forma artesanal mas muito eficaz, ligou-se um telemóvel ao equipamento de som e, assim, foi possível ouvir claramente o informe do histórico militante basco.
Sarasketa, que passou vinte anos na prisão e agora faz parte do grupo de interlocução com o Colectivo de Presos Políticos Bascos (EPPK, na sigla em euskara), disse que existem actualmente 498 presos políticos, 50 por cento dos quais são militantes ou têm alguma ligação à organização político-armada ETA. Disse ainda que, desde que a ETA declarou o fim da sua actividade armada, em 2011, se pensou que esta decisão iria ter como consequência a melhoria da situação dos presos e das presas, mas isso não ocorreu.
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O interlocutor com o EPPK afirmou que ainda se mantêm vigentes várias medidas punitivas contra os presos e as presas, como o isolamento, a restrição das comunicações, inspecções corporais para encontrar material gráfico, a proibição de receber visitas de representantes políticos. A isto, há que acrescentar o facto de muitos detidos que tinham acedido à prisão preventiva por questões de doença terem visto suspensa a medida. Sarasketa referiu que, actualmente, no interior das cadeias as presas e os presos políticos prisões «não estão a ser submetidos a torturas». Mas, em contrapartida, verifica-se o aumento de multas, a proibição de acções e actividades pela liberdade dos detidos e o crescimento de «grupos nazis dirigidos pelos serviços secretos» espanhóis.
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Por último, Mitxel Sarasketa referiu-se à gigantesca corrente humana de 160 quilómetros que em Junho unirá Durango e Iruñea [Pamplona], para reclamar o «direito a decidir» do povo basco. Cerca de 60 mil pessoas participarão na iniciativa. / Resumen Latinoamericano via boltxe.info