No fim-de-semana passado, o Mugitu Mugimendua, movimento de desobediência civil contra o TGV, pintou dezenas de caracóis em protesto contra o TGV em várias localidades de Euskal Herria, como Iruñea, Altsasu, Etxarri, Donostia, Tolosa, Billabona, Arratia, Hego Uribe ou Amara. «O andar lento dos caracóis simboliza o repúdio popular pelo TGV», esclarece numa nota.
O Mugitu sublinha que «vivemos na sociedade da alta velocidade e das pressas, do quanto mais rápido e mais longe, melhor», e que a velocidade se tornou «um valor importante em si mesmo, chegando até a ser considerada como símbolo de liberdade».
«Dizem que cada vez andamos mais depressa para "ganhar tempo", mas, paradoxalmente, cada vez investimos mais tempo da nossa vida em longas deslocações. O TGV é o melhor exemplo disto. A aceleração nas deslocações não nos proporciona mais tempo de vida, mas sim mais tempo para produzir e consumir», prossegue a nota.
O Mugitu! afirma que «esta necessidade de nos movermos cada vez mais depressa e de percorrermos distâncias cada vez maiores trouxe consigo uma série de consequências perversas», referindo, entre outras, uma ocupação crescente dos espaços naturais; o aumento exponencial do consumo energético e uma maior contaminação ambiental; o esbanjamento de recursos naturais e económicos, enquanto vastos sectores da população se vêem condenados à pobreza e à marginalização; a agudização dos processos de metropolização, que condenam as zonas rurais; a imposição da cultura da pressa, em que a falta de tempo é uma sensação constante, gerando stress, ansiedade, angústia e depressões.
Para o Mugitu!, o TGV «responde a este modelo social do "com mais pressa e mais longe", e, como tal, considera que é preciso parar «esta loucura». / Ver: ahotsa.info / Fotos: AHTren aurkako marraskiloak
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Caracóis coloridos denunciam «a loucura» do TGV
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