A manhã de sábado começou com festa, fanfarra e os altsasuarras em «triki-poteo». Os carros alegóricos, com referências a passagens várias da repressão na localidade e fora dela, iam fazendo caminho: havia uma cara enorme cuja boca era tapada pelos órgãos de comunicação social e pelas forças políticas que alimentam a repressão e dela tiram benefícios; havia um carro de combate espanhol, com o qual se pretendia denunciar a presença militar dos ocupantes; havia ainda um carro de maiores dimensões, que figurava dois monstros negros e ameaçadores, com a inscrição «LIBRE», e que seguravam um boneco vestido de «solidário».
A dada altura, membros do Ospa Mugimendua e outros habitantes de Altsasu foram avisados que a Guarda Civil queria apreender os carros, porque os consideravam «injuriosos». Ainda assim, os organizadores decidiram prosseguir com o programa estabelecido, até porque, como sublinhava um jovem, a intenção dos «picoletos» era clara: «esconder a realidade e boicotar o Ospa Eguna».
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Os guardas civis tentaram levar os carros sem qualquer justificação, e, confrontados com a resistência de quem ali estava e procurava proteger as esculturas, responderam com empurrões, bastonadas e socos. O número de feridos foi aumentando à medida que os «picoletos» carregavam com os bastões extensíveis e ameaçavam quem tentava impedir a apreensão dos carros – que acabaram por levar, escavacados. No entanto, pouco depois de se irem embora, teve início a kalejira, mesmo sem carros, e o programa agendado prosseguiu.
Ospa Eguna, com carga da Guarda CivilVer: hitzondo via lahaine.org e ahotsa.info