segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Apesar da carga policial, Altsasu celebrou o Ospa Eguna

A quinta edição do Ospa Eguna [Dia do Baza], em Altsasu (Nafarroa), ficou marcada pela intervenção violenta da Guarda Civil. Apesar disso, fracassou a tentativa de impedir a realização da jornada festiva-reivindicativa para exigir o fim da repressão e a saída das forças de ocupação do país.

A manhã de sábado começou com festa, fanfarra e os altsasuarras em «triki-poteo». Os carros alegóricos, com referências a passagens várias da repressão na localidade e fora dela, iam fazendo caminho: havia uma cara enorme cuja boca era tapada pelos órgãos de comunicação social e pelas forças políticas que alimentam a repressão e dela tiram benefícios; havia um carro de combate espanhol, com o qual se pretendia denunciar a presença militar dos ocupantes; havia ainda um carro de maiores dimensões, que figurava dois monstros negros e ameaçadores, com a inscrição «LIBRE», e que seguravam um boneco vestido de «solidário».

A dada altura, membros do Ospa Mugimendua e outros habitantes de Altsasu foram avisados que a Guarda Civil queria apreender os carros, porque os consideravam «injuriosos». Ainda assim, os organizadores decidiram prosseguir com o programa estabelecido, até porque, como sublinhava um jovem, a intenção dos «picoletos» era clara: «esconder a realidade e boicotar o Ospa Eguna».

As pessoas foram-se juntando na Praça Zumalakarregi, tendo por companhia um helicóptero (que passou toda a manhã e parte da tarde a sobrevoar Altsasu), e, quando estavam no início da refeição, foram surpreendidas «por uma espécie de manobra», com o helicóptero a voar a baixa altitude e, em terra, com vários veículos a aparecer na praça, de onde saíam agentes antimotim da Benemérita.

Os guardas civis tentaram levar os carros sem qualquer justificação, e, confrontados com a resistência de quem ali estava e procurava proteger as esculturas, responderam com empurrões, bastonadas e socos. O número de feridos foi aumentando à medida que os «picoletos» carregavam com os bastões extensíveis e ameaçavam quem tentava impedir a apreensão dos carros – que acabaram por levar, escavacados. No entanto, pouco depois de se irem embora, teve início a kalejira, mesmo sem carros, e o programa agendado prosseguiu.

Ospa Eguna, com carga da Guarda CivilVer: hitzondo via lahaine.org e ahotsa.info