segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Leila Khaled: «Vamos dar tudo para conseguir este país que nos foi roubado»

O MPPM divulga a notável intervenção de Leila Khaled no Seminário Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino realizado em Almada em 29 de Novembro de 2014.

Com a autoridade que lhe advém de ter dedicado toda a sua vida à luta pela libertação do seu país, Leila Khaled, que é membro do Conselho Nacional Palestino da OLP e dirigente da Frente Popular para a Libertação da Palestina, faz uma análise desassombrada da história [«O nosso povo não tem que pagar este alto preço, não tem nada a ver com o que fez o nazismo na Europa. Nós não queimámos os judeus, não os pusemos nas prisões. Foi o nazismo que fez isso. E agora vemos que o sionismo faz o mesmo connosco» (…) «Quem pôs Israel na nossa terra foi o movimento sionista internacional e o imperialismo. Este mundo criou a mentira sionista, esta grande mentira que dizia que esta terra era uma terra sem povo para um povo sem terra»].

Leila Khaled nega o carácter religioso do conflito israelo-palestino [«Nós respeitamos todas as religiões, incluindo a religião judaica. Nós sabemos a diferença entre a religião judaica e o movimento sionista, que é um movimento racista reaccionário»] e apela ao isolamento do Estado de Israel através do boicote aos produtos, do boicote diplomático e do boicote académico, recordando o êxito do movimento global anti-apartheid na África do Sul. Destaca a importância da solidariedade parlamentar e realça o papel do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina.

Defende o direito à resistência contra a ocupação por todas as suas formas, incluindo a luta armada e considera que as várias negociações de paz nada fizeram para que o povo palestino visse consagrado o seu direito à autodeterminação, a um Estado Palestino, o direito ao regresso e a ter a capital em Jerusalém [«Depois de Oslo, depois de 21 anos de negociações, o resultado é mais colonialismo, aumento das detenções, aumento das mortes, quatro guerras contra o povo palestino e judaização da cidade de Jerusalém»]. Advoga, por isso, a constituição de um Congresso Internacional, dirigido pelas Nações Unidas, que se limite a fazer aplicar as numerosas Resoluções da ONU sobre a Palestina. / LER: mppm-palestina.org ou odiario.info