sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Alerta: um cidadão basco foi sequestrado durante várias horas por pessoas que disseram ser polícias


O ataundarra Juan Mari Mujika foi raptado e retido durante várias horas por pessoas que se identificaram como polícias. Foi levado para um bosque de Pagola, onde foi interrogado e ameaçado. A sua advogada apresentou uma queixa no tribunal de Baiona.

O próprio Juan Mari Mujika, a sua advogada, Maritxu Paulus-Basurko, e representantes de associações que trabalham na defesa dos direitos humanos compareceram em Baiona para dar conta do que aconteceu no dia 11 de Dezembro ao ataundarra, quando se dirigiu, por volta das 9h da manhã, à localidade baixo-navarra de Donapaleu para fazer umas compras.

Segundo relatou a sua advogada, quando regressava a casa no seu automóvel, foi abordado por três pessoas que disseram ser polícias e que tinha que ir com elas até à esquadra.

Estas pessoas não mostraram qualquer documento que acreditasse a sua condição de polícias nem armas mas, como se expressavam em francês, Mujika não duvidou do que lhe disseram. Contudo, quando entrou no veículo, deu-se conta do seu “erro”, já que ali estavam outras duas pessoas, que se dirigiram a ele em castelhano.

“Gozaram com ele desde o início por ter metido a pata na poça”, referiu a advogada, que também afirmou que possuíam bastante informação sobre o cidadão basco.

De Donapaleu foi levado até um bosque nas imediações de Pagola. Pararam junto a um lago, onde havia mais carros e pessoas, supostamente polícias.

Ali, meteram-no numa barraca, onde o interrogaram e lhe fizeram “graves” ameaças, em que incluiram a sua família, ao mesmo tempo que o pressionavam para que “colaborasse” com eles.

Os seus sequestradores chegaram a dizer-lhe: “tiveste sorte, se isto fosse há 20 anos, levavas dois tiros na cabeça e estavas despachado”, relatou Maritxu Paulus-Basurko.

A advogada interpôs uma queixa no tribunal de Baiona, pelos delitos de sequestro, ameaças e violência.

Lançar o alerta
Juan Mari Mujika, por seu lado, vive “atemorizado” desde que os factos ocorreram.
Jakes Bortairu, da associação Oroit eta Sala, disse que não têm dúvidas quanto à participação da Polícia francesa na operação e sublinhou que “está na hora de lançar o alerta social”, tendo em vista um facto de tal gravidade. “O que aconteceu é muito grave e todos os cidadãos, toda a sociedade estão em perigo num Estado em que ocorrem coisas como estas”.

Fonte: Gara