A suspensão do encontro entre a selecção basca de futebol e o Irão gerou uma controvérsia que, de forma simplista, muitos reduziram a uma dicotomia entre Euskadi ou Euskal Herria. Na véspera do dia em que se devia disputar esse encontro, o grupo de futebolistas tornou público um novo comunicado e uma cronologia em que se mostra o carácter e o modo de proceder dos futebolistas e da Federação Basca de Futebol no caminho para a oficialização.
A «Euskal Herriko Futbolariak» já tinha anunciado que tornaria pública a sua reflexão no princípio desta semana. Com a declaração da Federação Basca de Futebol (FVF) de 20 de Dezembro na memória, em que se suspendia de forma definitiva o encontro entre a selecção basca de futebol e o Irão, o grupo de jogadores emitiu um comunicado de nove pontos, ao qual se juntou uma cronologia das reuniões entre os futebolistas e a federação no último ano e meio, em jeito de nota de esclarecimento.
A missiva quis vincar as razões dos jogadores, sempre “no caminho para a oficialização”. Assim, os profissionais criticam duramente a FVF pelo seu procedimento face a esta questão, ao “não aceitar nenhum outro nome que não fosse Euskadi, sem qualquer vontade de dar passos em frente”. Para além disso, criticaram a influência da Direcção dos Desportos do Governo de Lakua, que não só apoiou o imobilismo da designação como influenciou a “decisão dos membros que participaram nas reuniões entre jogadores e federação”.
«Ninguém colocou obstáculos»
A nota recorda que a selecção de Euskal Herria se pôde constituir em 2007 “graças ao acordo entre jogadores e federação. Naquela altura, ninguém colocou obstáculos de qualquer tipo, e foi a FVF que, um ano mais tarde e por sua iniciativa, decidiu regressar ao termo Euskadi, rompendo o acordado no ano anterior com o objectivo de continuar a dar passos em frente”.
“Os jogadores sempre mostraram vontade de dar passos no caminho da oficialização de uma selecção de Euskal Herria formada por jogadores dos sete territórios. Mas a vontade não chega, a menos que se cumpram os compromissos adquiridos”.
Por isso, os futebolistas mostraram-se surpreendidos pelo facto de, apesar dos seus insistentes apelos à reunião entre ambas as partes para encontrar uma solução, esta só ter tido lugar seis dias antes da realização do jogo, o que os levou a duvidar da vontade das instituições.
“Que este ano não haja jogo da selecção basca é, sem dúvida, uma má notícia. Não obstante, não há mal que não venha por bem se toda esta controvérsia gerada servir para clarificar as vontades, as acções e o carácter de cada qual, e para destapar a careca de cada um”.
Assim sendo, o grupo de jogadores realçou no seu comunicado que a dicotomia entre Euskadi ou Euskal Herria, a que muitos, de forma simplista, tinham querido reduzir esta controvérsia, “é observar a questão por fora”.“Cremos que há que situar o debate na construção de uma selecção, no momento de estabelecer acordos sobre os passos que há que dar no caminho para a oficialização e, por último, na vontade para cumprir os compromissos estabelecidos em prol do objectivo marcado”.
A «Euskal Herriko Futbolariak» já tinha anunciado que tornaria pública a sua reflexão no princípio desta semana. Com a declaração da Federação Basca de Futebol (FVF) de 20 de Dezembro na memória, em que se suspendia de forma definitiva o encontro entre a selecção basca de futebol e o Irão, o grupo de jogadores emitiu um comunicado de nove pontos, ao qual se juntou uma cronologia das reuniões entre os futebolistas e a federação no último ano e meio, em jeito de nota de esclarecimento.
A missiva quis vincar as razões dos jogadores, sempre “no caminho para a oficialização”. Assim, os profissionais criticam duramente a FVF pelo seu procedimento face a esta questão, ao “não aceitar nenhum outro nome que não fosse Euskadi, sem qualquer vontade de dar passos em frente”. Para além disso, criticaram a influência da Direcção dos Desportos do Governo de Lakua, que não só apoiou o imobilismo da designação como influenciou a “decisão dos membros que participaram nas reuniões entre jogadores e federação”.
«Ninguém colocou obstáculos»
A nota recorda que a selecção de Euskal Herria se pôde constituir em 2007 “graças ao acordo entre jogadores e federação. Naquela altura, ninguém colocou obstáculos de qualquer tipo, e foi a FVF que, um ano mais tarde e por sua iniciativa, decidiu regressar ao termo Euskadi, rompendo o acordado no ano anterior com o objectivo de continuar a dar passos em frente”.
“Os jogadores sempre mostraram vontade de dar passos no caminho da oficialização de uma selecção de Euskal Herria formada por jogadores dos sete territórios. Mas a vontade não chega, a menos que se cumpram os compromissos adquiridos”.
Por isso, os futebolistas mostraram-se surpreendidos pelo facto de, apesar dos seus insistentes apelos à reunião entre ambas as partes para encontrar uma solução, esta só ter tido lugar seis dias antes da realização do jogo, o que os levou a duvidar da vontade das instituições.
“Que este ano não haja jogo da selecção basca é, sem dúvida, uma má notícia. Não obstante, não há mal que não venha por bem se toda esta controvérsia gerada servir para clarificar as vontades, as acções e o carácter de cada qual, e para destapar a careca de cada um”.
Assim sendo, o grupo de jogadores realçou no seu comunicado que a dicotomia entre Euskadi ou Euskal Herria, a que muitos, de forma simplista, tinham querido reduzir esta controvérsia, “é observar a questão por fora”.“Cremos que há que situar o debate na construção de uma selecção, no momento de estabelecer acordos sobre os passos que há que dar no caminho para a oficialização e, por último, na vontade para cumprir os compromissos estabelecidos em prol do objectivo marcado”.
A reunião de dia 17
Para além disto, a nota dos jogadores mostra com detalhe a reunião e o cruzamento de propostas entre jogadores e representantes da FVF em Durango, no dia 17.
Naquele encontro bilateral, os futebolistas propuseram uma alternativa a Euskal Herria com a designação de Euskal Selekzioa. “Compreendemos – avança o texto – que este nome não pode ter validade daqui para a frente, mas esta proposta implicava pelo menos uma manifestação da nossa boa vontade e disposição. Não obstante, encarámos de frente a rotunda negativa da federação, mesmo sabendo que tal negativa acarretava a definitiva suspensão da partida de dia 23”.
Também quiseram fazer menção à contraproposta da Federação, em que a selecção jogaria sob a designação de Euskadi mas com a inscrição de Euskal Herria na camisola. “Disseram que já tinham as entradas e os cartazes preparados com o nome de Euskadi, o que diz bem da atitude da FVF nesta discussão, e propuseram-nos, no final, jogar com as camisolas que usámos em 2007. Desta forma, reunimo-nos e não considerámos aceitável esta proposta. É que não a vimos como uma proposta de consenso, mas como uma última tentativa para vender as entradas, as camisolas e os cartazes com a designação Euskadi”.
Por último, os futebolistas recordaram que “quase um milhar de desportistas de outras disciplinas, diversos agentes sociais, adeptos... mostraram o seu apoio público às selecções bascas, o que é significativo. Certamente, temos muita pena por ver os adeptos ficarem sem o seu jogo da selecção basca, o mais bonito e especial que jogamos em todo o ano. Estaremos dispostos a colaborar com quem esteja disposto a dar passos pela oficialização. Porque a alegria e a expectativa que cria a selecção de Euskal Herria o merece”.
Reacção de Lakua
A reacção de Lakua chegou pouco depois. A Direcção dos Desportos, criticada pelos jogadores, disse que “apoiou, apoia e apoiará as decisões que a FVF adopte no desenvolvimento das suas competências”.
A partida não se joga porque “os jogadores não aceitaram a proposta da Federação, que é a entidade que representa o futebol basco”, resumiu a entidade dirigida por José Ramón Garai.
Arnaitz GORRITI
Fonte: Gara