Perto de uma centena de ertzainas levaram mais de duas horas a retirar de rastos as mais de 800 pessoas que passaram a noite no Boulevard para apoiar os oito jovens condenados, seis dos quais foram detidos. A Polícia autonómica prendeu ainda mais duas pessoas, acusadas de «atentado à autoridade», entretanto libertadas.
Por volta das 6h00 da manhã, um grande dispositivo da Polícia autonómica entrou no Boulevard donostiarra para prender os oito jovens condenados pelo Supremo Tribunal. Chegaram ao local em mais de 20 furgões e cortaram todos os acessos e saídas do Boulevard.
No interior do muro popular (Argia)
O muro popular resiste com firmeza (Argia)
Depois de avisarem por três vezes que iam proceder às detenções dos condenados, os agentes começaram, já passava das 6h30, a retirar um a um os manifestantes do local, que continuavam sentados e assumiram uma atitude de resistência passiva, enquanto gritavam expressões como «Zuena biolentzia, nazkagarria», «Herriak ez du barkatuko», «Iñigo Cabacas gogoan zaitugu». Também se ouviram canções como «Lepoan hartu eta segi aurrera» ou «Borrokalari kalera».
Antes de começar a operação, o comandante responsável conversou com o senador da Amaiur Urko Aiartza, que lhe garantiu que os manifestantes teriam uma atitude de resistência passiva e não iriam agir de forma agressiva.
Depois, os polícias começaram a retirar as pessoas do local, arrastando-as uma a uma; apesar da atitude pacífica dos membros do muro popular, muitos deles foram agredidos, ao soco e à bastonada, e, segundo refere o Berria, também se registaram insultos e ameaças graves: «"Iletik tiraka eraman naute, betaurrekoak hautsi dizkidate, puta naizela esan eta guztiak bortxatuko gaituztela esan didate", salatu du neska batek». Da acção violenta da Ertzaintza resultaram vários feridos ligeiros.
Ao cabo de duas horas, os agentes conseguiram chegar ao coração do muro popular, onde resistiam seis dos oito condenados – Oier Lorente, Mikel Arretxe, Aitor Olaizola, Egoi Alberdi, Adur Fernández e Ekaitz Ezkerra –, que foram detidos por entre gritos de apoio dos presentes.
O Departamento de Segurança do Departamento de Lakua fez saber que foram encarcerados na prisão de Martutene às 16h00. No entanto, quando os seus familiares se dirigiram à prisão, foram informados que os jovens tinham sido transferidos, não se especificando os destinos. Mais tarde, soube-se que estavam nas prisões de Basauri e Zaballa.
O Departamento de Segurança do Departamento de Lakua fez saber que foram encarcerados na prisão de Martutene às 16h00. No entanto, quando os seus familiares se dirigiram à prisão, foram informados que os jovens tinham sido transferidos, não se especificando os destinos. Mais tarde, soube-se que estavam nas prisões de Basauri e Zaballa.
Mais dois detidos, já em liberdade
Além destes seis jovens, a Ertzaintza prendeu mais duas pessoas, que acusou de «atentado à autoridade». Foram libertadas algumas horas depois. Terminadas as detenções, a Ertzaintza permaneceu no local, controlando todos os acessos e saídas ao Boulevard e identificando os jovens que ali ficaram. Pouco antes das 10h00 foram-se embora, enquanto a multidão cantava o «Eusko Gudariak».
Jornalista do Argia a ser agredido (Argia)
Quando chegou ao local, a Ertzaintza expulsou os jornalistas do Aske Gunea e apenas deixou que as câmaras acedessem ao quiosque do Boulevard; mais tarde, todos os jornalistas tiveram acesso ao espaço. / Ver: naiz.info / Ver: Berria / Fotos: A Ertzaintza tomou o Boulevard para prender os jovens (naiz.info) / Vídeo: cronologia dos acontecimentos (naiz.info)
«ASKE GUNEA – Valoración sobre lo ocurrido hoy» (askegunea)
«O EH Bildu pede o fim da «perseguição por motivos políticos" e faz um apelo à mobilização» (naiz.info)