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Atzmon chegou à Taberna Basca através do seu editor, Saad Chedid, que acaba de publicar a sua obra La identidad errante, um trabalho que tem provocado grande agitação pelas ideias corajosas que Atzmon nele expõe, aprofundando a ideia de quão nocivo é para a paz mundial não apenas o sionismo mas também aquilo que o autor define como «a judeidade» que abrange toda a sociedade israelita. Chedid deu início ao debate, explicando por que razão se decidiu a publicar La identidad errante; contou que, desde que o leu pela primeira vez na sua edição em inglês, se apercebeu de que concordava inteiramente com as propostas de Gilad - «apercebi-me de que era um irmão em ideias» -, e a partir daí decidiu solicitar a tradução a Beatriz Morales, uma companheira que vive em Euskal Herria e que participa na solidariedade para com as presas e os presos bascos.
Depois, foi a vez de Gilad, que atacou duramente aqueles que «pretendem varrer o povo palestiniano do mapa» e esclareceu que «o que se passa na Palestina não é só apartheid mas limpeza étnica». Atacou também a chamada «esquerda israelita» por não estar à altura das circunstâncias na luta que é preciso travar contra o imperialismo sionista, e disse que a oposição ao sionismo está também influenciada pelo próprio sionismo. No debate com o público presente, Gilad revelou que até o BDS (campanha de Boicote económico e académico a Israel) «fez cedências em questões vitais», de que é exemplo a alteração, na sua plataforma de objectivos, da questão do retorno dos palestinianos expulsos do seu território. «No primeiro manifesto, no original - disse Gilad - fazia-se referência às fronteiras de 1948, mas ultimamente o BDS fala das fronteiras de Junho de 1967, e isso não é uma questão de pormenor».
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No final da iniciativa, Gilad mostrou os seus dotes de saxofonista, e foi despedido com uma ovação, não só pela sua música, mas também pela coragem mostrada no confronto que mantém contra o sionismo e pelo seu compromisso com a Palestina. Ele fala da questão nestes termos: «Só voltarei à minha terra, quando ela for Palestina». / Fonte: Amigos do País Basco na Argentina