Na sequência da sentença do Supremo Tribunal espanhol, que condenou oito jovens de Donostia a seis anos de prisão pela sua militância política na Segi, e da ordem de prisão decretada contra eles pela AN espanhola, na sexta-feira passada a Ertzaintza investiu contra o firme «muro popular» formado por centenas de pessoas que os protegia, em Donostia, e procedeu à detenção de seis deles.
Imanol Vicente e Nahikari Otaegi não se encontravam no Boulevard quando as detenções ocorreram. Hoje, Imanol entregou-se na prisão de Martune, acompanhado por familiares e amigos; Nahikari Otaegi passou os últimos dias, em liberdade, em Donibane Lohizune (Lapurdi).
Esta última afirmou ontem que se irá entregar às autoridades esta semana. Já cumpriu um ano e meio da pena a que foi condenada por militância na Segi, e ainda tem quatro anos e meio pela frente. Vai levar consigo a filha Oihana, de sete meses; o filho, Ekaitz, fica com o seu companheiro, Aitor Mokoroa. Para além destes oito jovens, muitas outras pessoas correm o risco de serem condenadas e ir parar à prisão no âmbito de processos políticos em Euskal Herria: mais de duzentas. / Ver: Berria
Entrevista a Nahikari Otaegi / Nahikari Otaegiri elkarrizketa (eus)
Ver também: Entrevista a Nahikari Otaegi, por Ainara Lertxundi (cas) (naiz.info) Testemunhos dos dois detidos em Vallecas por participarem numa concentração solidária com os jovens da Segi
No domingo passado, dois habitantes de Vallecas (Madrid) foram detidos depois de participarem numa acção em solidariedade com os jovens detidos no Aske Gunea na sexta-feira. No vídeo, explicam a uma assembleia de moradores como ocorreu a detenção, bem como as razões por que foram postos em liberdade. (naiz.info)
EH Bildu: «É tempo de esvaziar as prisões, não de as encher ainda mais»
Numa conferência de imprensa dada hoje no Boulevard donostiarra, onde, nos últimos dias foi criado o Aske Gunea [Espaço Livre] em apoio aos oito jovens condenados pelo ST espanhol a seis anos de prisão pela sua militância política na Segi, os porta-vozes do EH Bildu Xabi Soto e Ainhoa Beola criticaram a «perseguição política».
Depois de denunciarem a detenção e o encarceramento de seis dos oito condenados, Beola e Soto reclamaram o fim dos julgamentos políticos, «porque estamos em tempo de esvaziar as prisões, não de as encher mais». Afirmaram ainda que a sociedade quer que sejam dados «passos firmes para se avançar na resolução do conflito político e no caminho da paz» e defenderam que se respeitem «todos os direitos de todas as pessoas».
Para além disso, criticaram tanto a atitude da Ertzaintza ao despejar o espaço - «foram muitas as pessoas que afirmaram ter sido ameaçadas, sofrido humilhações de natureza sexista e agressões físicas» - como a atitude de PNV, PSE e PP, que consideram «totalmente irresponsável». «Quando oito jovens donostiarras vão passar seis anos na prisão pelo seu trabalho político, PNV, PSE e PP limitam-se a atacar quem protesta contra tal injustiça», criticaram. / Ver: naiz.info e ehbildu.net