Pablo Rivadulla, conhecido como Pablo Hasél, defendeu a liberdade de expressão no decorrer do julgamento que se realiza na Audiência Nacional espanhola, no qual o rapper é acusado de «enaltecer o terrorismo» através das suas canções.
Pablo Hasél, de 25 anos e que se encontra em liberdade provisória desde 5 de Outubro de 2011 - o dia seguinte à sua detenção, quando saía de casa, em Lleida (Catalunha) -, reconheceu ser o autor das canções que estão na base da acusação de «enaltecimento do terrorismo».
O artista, para quem o advogado de defesa pediu a absolvição, apelando à liberdade de expressão, afirmou ter divulgado as suas canções na Internet não para louvar o terrorismo, mas para partilhar a sua obra «como qualquer artista», e alegou ter direito a expressar as suas ideias comunistas.
Pablo Hasél considera que, se for condenado, também deviam ser julgados, por exemplo, realizadores de cinema que gravaram filmes sobre Che Guevara, autores de livros sobre Marx e «quem celebra o assassinato de imigrantes».
De acordo com a Procuradoria, Hasél lançou no portal de Internet YouTube uma dezena de arquivos de áudio e vídeo com canções de sua autoria com «expressões alusivas a grupos terroristas e a alguns dos seus membros, apoiando os mesmos, como o dirigente dos Grapo Manuel Pérez Martínez, Camarada Arenas, com comentários depreciativos para vítimas de atentados».
Ao ser questionado sobre estas canções, o réu insistiu: «Se amanhã me apunhalarem, você pode brindar e eu não vou pedir que a metam na prisão por isso», e afirmou ser «livre de pensar que os membros dos Grapo não são terroristas».
«Ninguém tem de me dizer quem devo admirar ou quem considero herói», disse, ao ser interrogado sobre o Camarada Arenas; em relação a este último, disse que nas suas canções o que fazia era pedir a liberdade de um preso.
O advogado de defesa pediu a absolvição do réu, considerando que não se está perante um crime que desvirtue o direito à liberdade de expressar ideias e opiniões; a evidência disso é o facto de, no processo judicial, não existir uma acusação particular, uma parte que se diga injuriada ou insultada.
O advogado considerou que «relacionar as letras das canções de Hasél com grupos terroristas concretos é um exercício de interpretação da magistrada». / Ver: naiz.info
Pablo Hasél - «Comunista»
Pablo Hasél - «Libertad Presos Políticos»