sábado, 28 de junho de 2008

Entretanto, Euskal Herria sofre um ataque sem limites nem fronteiras

Euskal Herria, uma nação. Os sete, uma. [E não apenas Araba, Bizkaia e Gipuzkoa...]

Enquanto em Gasteiz se debatia a proposta apresentada por Juan José Ibarretxe, à volta de 750 000 habitantes de Euskal Herria – quase um terço da sua população – permanecem alheios à disputa parlamentar. São habitantes de Lapurdi, Zuberoa e das duas partes de Nafarroa, cidadãos sobre os quais Ibarretxe não tem autoridade alguma e, segundo se depreende da sua actuação, para com os quais tão-pouco guarda sentimento algum de responsabilidade. Afinidades, seguramente muitas; mas não responsabilidade política.
Pelo contrário, é provável que uma parte importante dessas pessoas tenha seguido esta sessão plenária e as suas antecedentes com bastante mais interesse do que os políticos ontem presentes na Câmara, incluída a maioria abertzale, mostraram por elas. É que as referências aos outros territórios bascos e à sua cidadania se limitaram quase exclusivamente à que realizou Nekane Erauskin, quando denunciou que a proposta de Ibarretxe não tem em conta a nação basca e o conjunto dos seus habitantes, mas só os registados em Araba, Gipuzkoa e Bizkaia. Também por isso não pode alcançar a resolução de um conflito que, embora com diferentes níveis de confrontação e de adesão a uns projectos e a outros, existe em todo o País Basco.
Esta mesma semana Rodríguez Zapatero avisava o Governo de Lakua de que deve apagar qualquer referência a Euskal Herria do curriculum, sob ameaça de denúncia aos tribunais. Abre-se deste modo o caminho para outra sentença que o PNV voltará a acatar, digam o que disserem os textos de Leizarraga – que Erkoreka utilizou como referência teórica para responder ao presidente espanhol. Assim, enquanto o PSOE faz da negação de Euskal Herria o eixo da sua estratégia política, o PNV continua instalado no seu lema: «eu vivo em Euskadi, tu onde vives?».
Actualmente, a única proposta que o PNV tem para essas bascas e esses bascos que não vivem nesse Euskadi é um pouco de retórica uma vez por ano e exercer uma tutela, precisamente nesses territórios onde é marginal, que se parece mais com o trabalho de um lobby do que com o de um partido político nacional e abertzale.

Fonte: Gara