quarta-feira, 11 de junho de 2008

No tribunal de excepção: julgamento contra autarca de Amurrio


A Audiência Nacional julgará na próxima quinta-feira o autarca de Amurrio, Pablo Isasi Aguirre (EA), o vereador da Cultura desta localidade alavesa e dois membros do grupo Herriarenak, por terem nomeado patronos das festas, em 2005, Josean Biguri e Santos Berganza, presos políticos da terra. O Ministério Público acusa-os de um “delito de enaltecimento do terrorismo”, pelo qual pede uma pena de 15 meses de prisão.
Depois da sessão plenária em que tal atentatória decisão terá sido tomada, e em que os acusados terão participado, parece que estes terão feito uso, inclusive, de megafones para comunicar que os ditos presos políticos eram os eleitos – os quais teriam já sido propostos como candidatos a patronos das festividades pelos membros da tão perigosa quadrilha quanto pandilha Herriarenak.

A caça às bruxas do “enaltecimento”
Esta “caça às bruxas” contra qualquer símbolo que mostre reconhecimento por militantes ou presos políticos bascos parece uma brincadeira de mau gosto, mas não o é. Leva, na corrente, dois membros da Herriarenak, um grupo surgido há 30 anos, “à saída de uma ditadura e à entrada de outra», como afirmavam em 2003, numa frase que parece agora premonitória. Berganza e Biguri, esses, continuam presos. Ambos à beira de cumprir dezanove anos entre as grades, e longe, muito longe, de Amurrio: o primeiro em Villena (Alicante), o segundo em Herrera (Ciudad Real).

Fonte: Gara e Gara