segunda-feira, 16 de junho de 2008

Manifestação em Baiona contra aumento da repressão


Cerca de 1300 pessoas, algumas das quais levando fotos de prisioneiros bascos, manifestaram-se no sábado à tarde nas ruas de Baiona (Lapurdi) para denunciar o aumento das medidas repressivas, tanto no Estado francês como no espanhol. No final da manifestação, que contou com o apoio de diferentes forças, associações e mais de 60 eleitos (catorze dos quais autarcas), a Askatasuna interveio para afirmar que não permitirá que os seus valores, como o da solidariedade, sejam tachados de delito.

Em frente à Câmara Municipal
Nessa altura, num cenário em que se podia ver um enorme «Aski da» [Já chega!], Garbiñe Eraso e Anais Funosas procederam à leitura de um texto em euskara e francês, com o objectivo de explicar as razões da mobilização. Depois de relembrarem os numerosos ataques repressivos lançados pelos estados francês e espanhol, as representantes do Movimento Pró-Amnistia afirmaram que o propósito da marcha era mostrar a ambos os estados e à classe política que Euskal Herria não renunciará aos seus direitos, e que “a sua política é estéril e criminosa, pois só uma solução democrática poderá pôr fim ao conflito”.
“Não nos deixemos cair no engodo de Sarkozy. Entre nós, ninguém é sujo, nem contamina. Estamos decididos a lutar com dignidade, como o fazem todos os dias os presos e os exilados”, ressaltava o texto lido por Funosas e Eraso.
“Jamais aceitaremos que os valores pelos quais lutamos, como os da solidariedade, do respeito ou da liberdade, sejam convertidos em delito”, manifestaram as intervenientes, antes de pedirem aos cidadãos e aos diversos agentes sociais que “rompam o silêncio e se unam à luta, cada qual de acordo com as suas possibilidades e no seu âmbito”.
Acrescentaram que é preciso que as pessoas se organizem, e multipliquem o debate e a mobilização, com o objectivo de forçar os estados a “respeitarem os direitos do povo basco, para que passem do desprezo ao reconhecimento”. Na sua perspectiva, ainda que a política repressiva em si mesma reconheça a existência do conflito político, é necessário “reconhecer a existência de Euskal Herria, e respeitar os seus direitos e as suas liberdades”.
Fonte: Gara