segunda-feira, 23 de junho de 2008

Milhares de cidadãos em Bilbau, Donostia e Gasteiz em defesa da mudança política


Milhares de cidadãos bascos percorreram na tarde de sábado as ruas de Bilbau, Donostia e Gasteiz sob o lema “Euskal Herriak behar duen aldaketa. Lau herrialdeetarako autonomia eta erabakia” [O País Basco precisa de mudança. Autonomia e decisão para os quatro herrialdes], secundando assim a manifestação convocada por representantes da esquerda abertzale, e exigindo democracia e independência para Euskal Herria.

Na parte da manhã, numa conferência de imprensa que decorreu em Iruñea [Pamplona], Santi Kiroga afirmou que uma reforma estatutária procuraria “perpetuar a divisão territorial de Euskal Herria” e “fechar a porta à independência”. Uma fórmula que, na perspectiva da esquerda abertzale, “não é bem vista pela maioria” dos cidadãos; como tal, o lehendakari Juan José Ibarretxe “lança o isco de uma consulta que não tem intenção de fazer”.
Nas críticas a este plano, precisou que “Navarra continua a não ter lugar no projecto estratégico do PNV”, um partido que conta agora com o NaBai como “complemento” e que há 30 anos “renunciou” a Nafarroa “em troca de um prato de lentilhas autonómicas”. “A esquerda abertzale não aceitará sob forma alguma que se brinque com o desejo de mudança de Euskal Herria”, destacou, acrescentando em seguida que, “para superar o conflito, é necessário uma mudança política”.
De acordo com Kiroga, o PNV “primeiro pensa na questão partidária e só depois na do país”, quando “as chaves do conflito” passam pela superação da divisão territorial e pelo reconhecimento de Euskal Herria, e para isso Kiroga considerou “imprescindível” um acordo “sem exclusões territoriais ou ideológicas”. E, neste cenário, a proposta de base da esquerda independentista é um “marco democrático para Euskal Herria” sustentado, entre outras premissas, “numa autonomia a quatro com direito a decidir” e numas instituições nacionais para poder desenvolver todos os direitos para todos”.
“Este é o caminho e a folha de rota de que Euskal Herria necessita e que merece, e o caminho e a folha de rota que a esquerda abertzale vai concretizar. Por isso, neste momento, queremos dizer que neste caminho, sim, nos vão encontrar, mas noutro, não", concluiu.
Fonte: Gara