sexta-feira, 13 de junho de 2008

Marcha cultural denunciará em Iruñea a conquista sofrida em 1512


Por ocasião da apresentação, em Donostia, da campanha «Navarra 1512-2012», promovida pela associação Nabarralde, a Koldo Mitxelena Kulturunea acolheu no dia 10 uma mesa-redonda em que todas as referências giraram em torno da conquista e da ocupação sofridas pelo Reino de Nafarroa por parte do de Castela. Também se apresentou o manifesto «Conquista de Navarra», que, sendo o pilar da campanha empreendida, está a recolher apoios de associações, grupos, agentes e personalidades conhecidas do país.
Luis Mari Martínez Garate, Mikel Enparantza, Iñigo Lizari e Beñi Agirre participaram no colóquio que decorreu na capital guipuscoana. Em primeiro lugar, apresentaram a campanha que a associação Nabarralde está a desenvolver e que toma como referência uma data “redonda” como é a do 500.º aniversário do início da conquista do “único Estado pleno, independente e soberano que o povo basco criou em toda a sua história”.
“A campanha que se inicia não tem como objectivo rememorar etapas passadas. É um acto de afirmação da nossa vontade de futuro. Perante os urgentes desafios do presente, a Bascónia necessita de ter à disposição essa ferramenta que permite às nações serem sociedades equilibradas, sustentáveis e solidárias: o próprio Estado, a República de Navarra. É esse o grito da nossa campanha para 2012: Nafarroa bizirik! [Nafarroa está viva!]”, afirmou o orador Luis Mari Martínez Garate na cerimónia em que se apresentou o manifesto no qual se fundamenta a citada campanha.

«Colónia espanhola e francesa»

O texto pode ser encontrado na página web da associação que o promove – www.nabarralde.com – e recebeu até agora as assinaturas de dezenas e dezenas de agentes e personalidades bascos, entre as quais se destacam Pablo Antoñana, Néstor Basterretxea, Tasio Agerre, Jean Louis Davant, Iñaki Perurena, Txaro Arteaga, Pedro Esarte, César Krutxaga, Gabirel Ezkurdia, Tasio (GARA), Mikel Sorauren, Fredi Paia ou Anjel Rekalde.
“Consideramos uma necessidade e um dever dar a conhecer que a conquista de 1512 foi fruto da invasão violenta dos territórios navarros ainda independentes no século XVI, e que, em consequência, o nosso país é uma colónia espanhola e francesa para todos os efeitos”, pode-se ler num dos excertos do manifesto. Num outro afirma-se que “a história ensina-nos que fomos independentes e que o deixámos de ser, não pela vontade dos nossos antepassados, mas pelas conquistas espanholas e as ambições francesas”.
A associação Nabarralde voltou a realizar um apelo ao conjunto da cidadania para que secunde a campanha e, de maneira especial, participe na marcha cultural que no dia 28 de Junho, às 17h30, partirá desde a antiga estação de autocarros de Iruñea [Pamplona].

Manifesto (em castelhano e euskara): 1512-2012 Nafarroaren konkista
Fonte: Gara