sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A denúncia de tortura a detidos bascos encontra eco na América Latina


A reportagem da TeleSur sobre as denúncias de tortura a detidos bascos encontrou eco em meios latino-americanos. Enquanto as instâncias do Estado espanhol insistem nas exigências ao Governo venezuelano, os testemunhos de maus tratos são a outro lado da moeda.

A reportagem da TeleSur sobre as denúncias de tortura a detidos bascos, feita na sequência do depoimento policial de dois deles e que serviu para acusar a Venezuela de ter colaborado em treinos de militantes da ETA, encontrou um vasto eco em diversos meios de comunicação da América Latina, tanto convencionais como centrados na Internet.

As declarações do advogado Aiert Larrarte, os testemunhos de Xabier Atristain e Juan Carlos Besance - acusados de se treinarem na Venezuela -, e a imagem de Unai Romano antes e depois de passar pelas instalações policiais estão a ser divulgadas, ao mesmo tempo que se faz saber que a Procuradoria venezuelana irá investigar a reclamação feita pelo deportado basco Arturo Cubillas.

Rádios e televisões, jornais e páginas de Internet de vários países exibem títulos do género «Prisioneros vascos fueron torturados para que acusaran a Venezuela, dice abogado».

«Ou julga ou entrega»
Fazendo ouvidos moucos às denúncias de tortura, diversas instâncias do Estado espanhol continuam a «apertar» o Governo venezuelano. Num desses foros matinais com pequeno-almoço e discursos, o interveniente, Ángel Juanes, presidente da Audiência Nacional, e um dos convidados, Cándido Conde-Pumpido, procurador-geral do Estado, coincidiram na afirmação de que o Governo venezuelano «ou julga ou entrega» o deportado basco Arturo Cubillas, que o Governo espanhol mandou para Caracas em 1989 num avião militar.

A questão também foi abordada no Congresso dos Deputados a pedido do PP, que exige «firmeza» ao Executivo de Zapatero. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Miguel Angel Moratinos, respondeu que «o Governo vai exigir plenamente uma resposta definitiva às autoridades venezuelanas», sobre a situação de Cubillas. E garantiu que irá utilizar «todos os mecanismos políticos, diplomáticos, judiciais, policiais para derrotar a ETA e fazê-los regressar da Venezuela».

A AVT, contra o embaixador
A AVT convocou uma concentração para a tarde de ontem em frente à Embaixada da Venezuela em Madrid para denunciar a existência de «campos de treino» da ETA naquele país.
Ao acto aderiram outras organizações, que pretendem também manifestar o seu «repúdio» pelo embaixador da Venezuela em Espanha, Julián Isaías Rodríguez Díaz, que mostrou ter dúvidas de que o depoimento dos detidos tivesse sido feito de forma «voluntária».

I.I.
Fonte: Gara

Aiert Larrarte em declarações à TeleSur

Aiert Larrarte é advogado de Xabier Atristain e Juan Carlos Besance.