Enquanto os jovens detidos pela Polícia espanhola iam passando, incomunicáveis, perante o juiz, os grupos signatários do Acordo de Gernika deram uma conferência de imprensa em Donostia para afirmar que não vão ficar calados perante estas operações e que «chegou o momento de dizer ao Governo espanhol que 'já chega'». Com esse objectivo convocaram para amanhã quatro concentrações: às 19h00 em Iruñea, e às 19h30 em Bilbo, Donostia e Gasteiz.
Adenda: Dos quatro jovens independentistas encarcerados, um denuncia tortura física e os outros maus tratos psicológicos (Gara)
Os signatários do Acordo de Gernika vão levar para as ruas a exigência de que se acabe com as operações como a de sexta-feira. Para amanhã, convocaram concentrações às 19h00 na Praça do Município, em Iruñea, e às 19h30 no Boulevard de Donostia, na Praça do Arriaga, em Bilbo, e na Praça da Virgem Branca, em Gasteiz. Nelas, vão passar a mensagem de que são necessárias «soluções democráticas» e de que, como tal, «chegou o momento de dizer ao Governo espanhol que 'já chega'. No caminho para a paz, é preciso acabar com a perseguição ideológica», diz o texto.
Trata-se de um documento acordado e que foi apresentado ontem na conferência de imprensa. Da sua leitura encarregaram-se membros dos colectivos juvenis que, numa clara resposta às tentativas de intoxicação em torno desta operação, recordaram que «os jovens independentistas subscreveram o Acordo de Gernika, dando um sinal claro do seu compromisso com um novo cenário político».
«Não nos podemos calar perante isto», realçaram numa conferência de imprensa em que estiveram presentes, entre outros, Rufi Etxeberria (esquerda abertzale), Pello Urizar (EA) e Ainhoa Beola (Aralar). Depois de expressarem a sua preocupação relativamente à forma como os jovens poderiam estar a ser tratados na esquadra, acrescentaram: «queremos olhar para o futuro. Queremos construir um cenário em que o diálogo traga consigo a paz e as soluções democráticas, e que sejam respeitados os direitos humanos, bem como os direitos civis e políticos».
«Para tal é necessária uma situação de ausência de violência. Queremos uma situação em que não haja operações policiais, em que a juventude basca, a sociedade em geral, possa desenvolver as suas actividades políticas em igualdade de condições».
Marlaska manda para a prisão os quatro primeiros
Os catorze detidos na sexta-feira estão a ser conduzidos à presença do juiz Fernando Grande-Marlaska desde ontem de manhã cedo, mas, uma vez que o procedimento vai continuar hoje, isso ocorreu em absoluto segredo. Todos permanecem incomunicáveis. Só ao início da noite as agências deram conta de que quatro jovens tinham deposto na presença do juiz e que este os tinha mandado para a prisão, embora se desconheça se a decisão é definitiva ou se ficam à espera de que os restantes deponham. Trata-se de Xabier Bidaurre (Galdakao), Rubén Villa (Sestao), Ibon Esteban e Ander Maeztu (ambos de Iruñea).
Na parte da manhã, familiares dos detidos tentaram reunir-se com o Defensor do Povo do Parlamento navarro, cuja atitude criticaram, pois não os recebeu nas últimas visitas. «Há um mês viemos com os familiares de Roxika Iriarte, Joxe Aldasoro e Eneko Compains. Não nos quis receber. Hoje vamos entregar-lhe os seus testemunhos de tortura», afirmaram.
E mais disseram: «os juízes ordenam as detenções sob regime de incomunicação graças a leis aprovadas pelos políticos espanhóis. Os polícias estão incumbidos de torturar durante cinco dias de total obscuridade. Os juízes recorrem a isso para encarcerar e condenar. Os políticos voltam a tapar os olhos e aplaudem a eficácia policial. E o papel de instituições como o Defensor do Povo é o de silenciar, garantir impunidade».
À tarde repetiram-se as mobilizações, que em muitos casos estão a ser diárias. A mais tensa ocorreu em Sestao (Bizkaia), onde ertzainas, ali chegados em duas furgonetas, fizeram identificações, primeiro, e se colocaram depois em duas filas para «insultar e empurrar os manifestantes com as pontas das espingardas, numa atitude bastante provocadora», segundo denunciaram os participantes, cerca de uma centena.
Contra as detenções e pelos presos houve 140 pessoas em Astigarraga, 160 em Erromo, 120 em Santurtzi (especialmente por Asier Rodríguez), 73 em Ondarroa, 21 em Ataun, 25 em Zornotza, 55 em Laudio, 8 em Euba, 22 em Otxarkoaga, 14 em Zaldibar, 21 em Altza e 17 em Añorga. Em Bergara houve intensos protestos também desde sexta-feira, quando se manifestaram 400 pessoas. Amanhã haverá paralisações nas escolas e uma manifestação. E o Presoen Aldeko Taldea levará o seu protesto para os campus.
R.S.
Fonte: Gara
Ver também:
«Os signatários do Acordo de Gernika convocam mobilizações para quarta-feira» (ezkerabertzalea.info)
«Familiares dos detidos denunciam o silêncio do Defensor do Povo perante o regime de incomunicação» (apurtu.org)
Adenda: Dos quatro jovens independentistas encarcerados, um denuncia tortura física e os outros maus tratos psicológicos (Gara)
Os signatários do Acordo de Gernika vão levar para as ruas a exigência de que se acabe com as operações como a de sexta-feira. Para amanhã, convocaram concentrações às 19h00 na Praça do Município, em Iruñea, e às 19h30 no Boulevard de Donostia, na Praça do Arriaga, em Bilbo, e na Praça da Virgem Branca, em Gasteiz. Nelas, vão passar a mensagem de que são necessárias «soluções democráticas» e de que, como tal, «chegou o momento de dizer ao Governo espanhol que 'já chega'. No caminho para a paz, é preciso acabar com a perseguição ideológica», diz o texto.
Trata-se de um documento acordado e que foi apresentado ontem na conferência de imprensa. Da sua leitura encarregaram-se membros dos colectivos juvenis que, numa clara resposta às tentativas de intoxicação em torno desta operação, recordaram que «os jovens independentistas subscreveram o Acordo de Gernika, dando um sinal claro do seu compromisso com um novo cenário político».
«Não nos podemos calar perante isto», realçaram numa conferência de imprensa em que estiveram presentes, entre outros, Rufi Etxeberria (esquerda abertzale), Pello Urizar (EA) e Ainhoa Beola (Aralar). Depois de expressarem a sua preocupação relativamente à forma como os jovens poderiam estar a ser tratados na esquadra, acrescentaram: «queremos olhar para o futuro. Queremos construir um cenário em que o diálogo traga consigo a paz e as soluções democráticas, e que sejam respeitados os direitos humanos, bem como os direitos civis e políticos».
«Para tal é necessária uma situação de ausência de violência. Queremos uma situação em que não haja operações policiais, em que a juventude basca, a sociedade em geral, possa desenvolver as suas actividades políticas em igualdade de condições».
Marlaska manda para a prisão os quatro primeiros
Os catorze detidos na sexta-feira estão a ser conduzidos à presença do juiz Fernando Grande-Marlaska desde ontem de manhã cedo, mas, uma vez que o procedimento vai continuar hoje, isso ocorreu em absoluto segredo. Todos permanecem incomunicáveis. Só ao início da noite as agências deram conta de que quatro jovens tinham deposto na presença do juiz e que este os tinha mandado para a prisão, embora se desconheça se a decisão é definitiva ou se ficam à espera de que os restantes deponham. Trata-se de Xabier Bidaurre (Galdakao), Rubén Villa (Sestao), Ibon Esteban e Ander Maeztu (ambos de Iruñea).
Na parte da manhã, familiares dos detidos tentaram reunir-se com o Defensor do Povo do Parlamento navarro, cuja atitude criticaram, pois não os recebeu nas últimas visitas. «Há um mês viemos com os familiares de Roxika Iriarte, Joxe Aldasoro e Eneko Compains. Não nos quis receber. Hoje vamos entregar-lhe os seus testemunhos de tortura», afirmaram.
E mais disseram: «os juízes ordenam as detenções sob regime de incomunicação graças a leis aprovadas pelos políticos espanhóis. Os polícias estão incumbidos de torturar durante cinco dias de total obscuridade. Os juízes recorrem a isso para encarcerar e condenar. Os políticos voltam a tapar os olhos e aplaudem a eficácia policial. E o papel de instituições como o Defensor do Povo é o de silenciar, garantir impunidade».
À tarde repetiram-se as mobilizações, que em muitos casos estão a ser diárias. A mais tensa ocorreu em Sestao (Bizkaia), onde ertzainas, ali chegados em duas furgonetas, fizeram identificações, primeiro, e se colocaram depois em duas filas para «insultar e empurrar os manifestantes com as pontas das espingardas, numa atitude bastante provocadora», segundo denunciaram os participantes, cerca de uma centena.
Contra as detenções e pelos presos houve 140 pessoas em Astigarraga, 160 em Erromo, 120 em Santurtzi (especialmente por Asier Rodríguez), 73 em Ondarroa, 21 em Ataun, 25 em Zornotza, 55 em Laudio, 8 em Euba, 22 em Otxarkoaga, 14 em Zaldibar, 21 em Altza e 17 em Añorga. Em Bergara houve intensos protestos também desde sexta-feira, quando se manifestaram 400 pessoas. Amanhã haverá paralisações nas escolas e uma manifestação. E o Presoen Aldeko Taldea levará o seu protesto para os campus.
R.S.
Fonte: Gara
Ver também:
«Os signatários do Acordo de Gernika convocam mobilizações para quarta-feira» (ezkerabertzalea.info)
«Familiares dos detidos denunciam o silêncio do Defensor do Povo perante o regime de incomunicação» (apurtu.org)