Decorreu ontem no Tribunal de Pau a audiência relacionada com o mandado europeu emitido pela Audiência Nacional espanhola contra Uberka Bravo. O habitante de Irun foi preso em Hendaia pelas forças policiais francesas e espanholas no dia 11 de Outubro, depois de o juiz Pablo Ruz ter solicitado a sua captura no auto em que, no passado dia 1 de Outubro, mandou para prisão cinco membros da ASKAPENA. A decisão do tribunal francês será conhecida na próxima terça-feira, dia 26. Cerca de 40 pessoas deslocaram-se até à cidade francesa para mostrar o seu apoio ao detido.
O mandado europeu emitido pela Audiência Nacional afirma que Bravo é membro da Askapena, para Ruz «organização dependente da ETA-Ekin-Batasuna». Concretamente, o juiz espanhol acusa o jovem de ser o «responsável máximo da estrutura de relações externas da Segi, que utiliza a designação de «Kamaradak» e se integra na equipa de trabalho internacional». De acordo com o mandado, o nome do detido apareceria em documentação apreendida à ETA após as detenções efectuadas em 2008 em Bordéus.
Estava disposto a comparecer
No tribunal francês, Bravo negou as acusações e não aceitou o pedido de entrega ao Estado espanhol. Ele mesmo explicou que, após a operação contra a Askapena, a sua advogada enviou um documento à Audiência Nacional em que dava a conhecer a sua intenção de comparecer no tribunal. Não obtiveram qualquer resposta, o que o levou a considerar que esta detenção e o mandado «não fazem sentido».
A sua advogada, Amaia Rekarte, lembrou que a Askapena é uma organização que trabalha desde 1987 e que no final de Setembro foram presos em Euskal Herria sete dos seus membros. Assim, a advogada disse que as forças policiais não apareceram na casa do jovem para o deter, apesar de a imprensa anunciar que a Polícia andava à procura de Bravo. Este facto, o de os meios de comunicação o apontarem como um alvo da Polícia, constitui para o magistrado do MP uma prova para acusar Bravo de integração numa «organização terrorista». O acusador mostrou-se a favor da aceitação do mandado europeu.
A advogada de defesa afirmou que para o Governo espanhol «basta» que uma pessoa se declare membro do MLNV [Movimento de Libertação Nacional Basco] para «o vincular à ETA». Para além disso, a advogada considera que não tem «pés nem cabeça» dizer que a ETA deu ordens a Bravo para que a Askapena pusesse em marcha as campanhas de boicote à Coca-Cola ou a Israel.
Em Nabaskoize (Nafarroa) foram recolhidas 116 assinaturas - entre os 202 habitantes da localidade - apelando à mobilização neste sábado para denunciar a operação contra a Askapena, e especialmente a detenção de David Soto, natural da freguesia de Azpiurgi.
Fonte: Gara
ASKAPENA aurrera! Atxilotuak askatu!
Liberdade imediata para os detidos! Isto não pode ficar assim!