segunda-feira, 3 de março de 2014

Milhares de pessoas «deram as boas-vindas» ao FMI e seus cúmplices em Bilbo

Pela boca de Azkuna e Urkullu, o PNV tinha dito que ia estender o «tapete vermelho» aos visitantes que hoje estiveram na capital biscainha, e cumpriu a palavra dada. Não só estendeu o tapete vermelho como ainda, por via do lehendakari Urkullu, se prestou a ajudar o monarca espanhol numa das suas «deslocações», para a qual a bengala não lhe bastava. Urkullu levou o monarca pela mão, deixando uma imagem que ilustra na perfeição a dupla mensagem peneuvera: discurso «nacionalista» em certos «saraus» para consumo interno; submissão e obediência à monarquia espanhola, ao capitalismo, ao FMI e à troika.

A maioria dos sindicatos bascos e inúmeros colectivos populares tinham convocado manifestações de protesto contra a ida a Bilbo daqueles que apostaram em tornar impossível a vida dos/as trabalhadores/as e do povo, insistindo nos cortes de direitos laborais e sociais e nos benefícios à banca e aos grandes oligarcas. Partindo do Sagrado Coração e do Arriaga, duas colunas com milhares de pessoas percorreram o centro de Bilbo, juntando-se na Praça Elíptica, por entre um enorme dispositivo policial.

Durante as marchas, foram constantes as palavras de ordem contra a troika, a banca, o FMI e o capitalismo («Troika go home», «Contra el paro, lucha obrera», «Troika, kanpora», «FMI, lapurrak» ou «No falta dinero, sobran ladrones»). A Polícia autonómica também foi alvo de vários mimos e, por entre vaias, os manifestantes lembraram o caso de Iñigo Cabacas, criticando ainda o PNV e o PP.

A Polícia basca empregou grande violência para impedir que as marchas chegassem ao Museu Guggenheim, onde se reuniram os artífices das políticas contra a classe trabalhadora e as camadas populares. Seguiram-se incidentes, cargas policiais e alguns manifestantes responderam atirando caixotes e outros objectos. Houve duas detenções [no final do dia, o naiz.info referiu sete].

Na Gran Via, bem perto do museu, alguns manifestantes atacaram sucursais bancárias, o El Corte Inglés, a Zara e mais algumas lojas conhecidas pelas suas políticas salariais exploradoras. Houve mais cargas policiais e gritos de «Policía asesina».

Manifestação de protesto e incidentes [Ahotsa]
Troika Go Home! Mobilizações em Bilbo [Topatu] Manifestações e protestos contra a Troika [Ahotsa]
Ver: lahaine.org / Ver também: naiz.info e Berria / FOTOS: Troika Go Home! (ahotsa.info / topatu.info / ekinklik.org)

Curiosidades da imprensa: em Kiev, eram «manifestantes» e era a «revolução social»; em Bilbau, é a «kale borroka», o «protesto violento», os «anti-sistema» arrasadores...
Beija-mão do poder político ao económico no Madame Tussauds
 [Clica nas imagens para aumentares o seu tamanho.]