«A prisão é uma indústria», explica Albert Woodfox. «Depois da Guerra Civil a escravatura acabou, os negros foram conquistando mais direitos e o nosso trabalho foi ficando mais caro. Em resposta, o sistema criou a indústria prisional para embaratecer a mão-de-obra negra, para desumaniza-la. É por isso que neste país um em cada três negros já esteve preso. Não se trata só do trabalho escravo dentro das prisões privadas… vai para além disso: um negro que saia da prisão está carimbado para o resto da vida como mão-de-obra barata; quando a polícia manda parar um adolescente negro a caminho da escola, a mensagem é «não levantes muito a cara, fica no teu lugar.» (avante.pt)
«A reunião da CELAC em Quito», de François HOUTART (odiario.info)
A reunião de Quito foi aberta com um discurso particularmente claro de Rafael Correa. Por um lado, criticou o domínio dos mercados, fonte das desigualdades no continente latino-americano, e denunciou o mito do livre comércio e dos tratados com o mesmo nome. Por outro lado, recordou a declaração da América Latina como zona de paz, sob a presidência de Raúl Castro. Afirmou ainda que a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), com o tempo, substituirá a Organização de Estados Americanos (OEA). A reunião foi um sucesso; reafirmando a possibilidade de uma integração pluralista e de alguns passos, se não anti-sistémicos, pelo menos anti-hegemónicos, tais como a nova arquitectura financeira e uma melhor distribuição da riqueza.