Milhares de trabalhadores subcontratados protagonizaram, este ano, uma grande luta contra as condições de semi-escravidão a que são sujeitos pela Movistar - uma das maiores nas últimas décadas contra uma multinacional no Estado espanhol. Depois de um período de reorganização, os trabalhadores voltam à carga, organizando uma corrida de 700 km entre Bilbo e Barcelona, entre 18 e 22 de Fevereiro, em que 80 participantes, que se irão substituindo ao longo do percurso, vão chamar a atenção para a precariedade extrema que a multinacional impõe aos seus trabalhadores e recolher fundos para as lutas que aí vem.
Em Março deste ano os trabalhadores subcontratados deram início a uma fortíssima luta contra a precariedade numa empresa que não só os explora como não os reconhece como «trabalhadores». No âmbito dessa luta - referem os promotores da iniciativa -, também os trabalhadores disseram «não» a sindicalistas cuja missão é «apaziguar os conflitos para que a multinacional e as ETT possam continuar a executar os seus planos de precarizar a espécie».
Em Março, os trabalhadores entraram em greve por tempo indefinido, «para espanto da Movistar, das ETT e dos seus sindicatos-guardiães, CCOO e UGT». Foi um bom assalto, dizem, apesar de saberem que seria difícil «vergar uma multinacional tão poderosa no primeiro round». Depois de um período de reorganização, em que luta não foi posta de parte - apenas foi menos visível -, os trabalhadores voltam à carga, ou melhor, à estrada. Partem de Bilbo - cidade onde a greve se manteve com níveis de adesão de 90% - e passam por cerca de 80 localidades antes de chegar a Barcelona, onde terá lugar o World Mobile Congress, cuja sede foi ocupada durante uma semana no decorrer da greve.
Os trabalhadores afirmam que irão continuar a lutar pelos seus direitos. «Se a Movistar gasta milhões em think tanks neoliberais, nós temos a solidariedade e a inteligência colectiva. Vamos ver quem ganha no final», concluem. / Ver: aseh, argia e goteo.org