sábado, 20 de fevereiro de 2016

Cerca de 3500 pessoas participaram nas marchas contra a dispersão

Cerca de 3500 pessoas viajaram em mais de 70 autocarros com destino às prisões do Estado espanhol para exigir o fim da política de dispersão aplicada aos presos políticos bascos e reclamaram o «repatriamento» de todos como «condição imprescindível» para o «futuro livre e democrático» de Euskal Herria. A iniciativa partiu da esquerda abertzale e conseguiu fazer frente às longas distâncias e aos muitos controlos e bloqueios colocados pela Guarda Civil ao longo do caminho.

Num texto disponível no portal da esquerda abertzale, que foi lido à entrada das cadeias, afirma-se que «o contributo do Colectivo de Presos Políticos Bascos [EPPK] é imprescindível para se poder encerrar o ciclo da confrontação e encontrar uma solução justa e democrática para o conjunto das suas consequências». E, insistindo no papel decisivo dos presos, o documento sublinha que «o regresso a casa de todos é uma condição imprescindível» para que «o futuro de Euskal Herria seja livre e democrático».

Mais à frente, o texto deixa claro o que a EAb entende por «regresso a casa»: «repatriamento». E mostra-se determinação em «acabar com a dispersão», antes de exigir a libertação imediata dos presos gravemente doentes, bem como «o fim de toda a legislação de excepção». (Ver: ezkerabertzalea.info)

Retidos durante uma hora
A Guarda Civil procurou impedir que as marchas às prisões decorressem com normalidade, tendo realizado numerosos controlos nas imediações das cadeias. Entre outros casos, refira-se: um autocarro que se dirigia para o presídio de Leão e ficou bloqueado durante uma hora; o bloqueio dos autocarros durante 40 minutos em Segóvia; em Jaén, a marcha foi recebida por cem guardas civis e algumas pessoas a fazer a saudação fascista; ou a escolta policial que acompanhou os autocarros à saída de Alcalá-Meco. Para além disso, a esquerda abertzale referiu que a Guarda Civil identificou inúmeras pessoas por tirarem fotos frente aos cárceres.

Em Rennes, pela libertação de Lorentxa
De Euskal Herria partiram quatro autocarros com destino à cidade bretã, onde cerca de 500 pessoas participaram numa manifestação em defesa da libertação imediata de Lorentxa Gimon e dos demais presos bascos doentes. Numa mobilização junto aos muros da cadeia, em que também participou gente de Paris e da Bretanha, exigiu-se o repatriamento dos presos bascos e ouviram-se palavras a favor da amnistia.

Marcha à prisão de El Dueso [Berria]Com festa. / Ver: naiz e Berria / FOTOS: Marcha a 40 cárceres

Leitura: «A la calle», de Borroka Garaia (BorrokaGaraiaDa)
las cárceles y sus medidas coaccionadoras, más allá de sus muros, simbolizan la realidad de que Euskal Herria sigue siendo un pueblo negado y maniatado por dos estados con el único objetivo de mantener a la clase trabajadora vasca en sus marcos de explotación para beneficio también de las clases dominantes vascas, aliadas estratégicas de las españolas.