Cerca de 400 pessoas participaram no sábado, no frontão Kiroleta de Azkaine (Lapurdi), no encontro organizado pelo Autonomia Kolektiboa, que tem vindo a realizar, há já vários meses, um trabalho de divulgação e de reivindicação da autonomia como estatuto mais conveniente para Ipar Euskal Herria [País Basco Norte]. No acto estiveram presentes convidados da UDB (Bretanha) e do Modemas (Martinica) que, tal como os porta-vozes do colectivo, defenderam a «activação de forças para tornar realidade esta utopia».
«É chegado o momento de activar as forças populares e de nos organizarmos para explicar e reivindicar a autonomia para Ipar Euskal Herria e nisso nós, abertzales, temos uma responsabilidade evidente, porque não podemos deixar nas mãos dos Lasserre e Brisson de turno o nosso futuro», proclamou energicamente Maite Goienetxe durante a sua intervenção.
Durante uma hora e meia os 400 participantes puderam ouvir os argumentos, repetidos pelos diversos oradores, que fazem com que a autonomia seja «uma utopia não só possível mas também necessária» para Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa. Uma afirmação que foi reforçada pelos dois representantes das duas forças políticas convidadas para o encontro, a UDB, da Bretanha, e a Modemas, da Martinica, cujos discursos foram precedidos de um vídeo e da actuação de três bertsolaris.
Henri Gourmelen, membro da direcção do partido bretão, explicou a progressão que está conhecer a reivindicação de autonomia na sua terra e sublinhou a necessidade, num momento em que no Estado francês se prepara a reforma das instituições locais, da união das forças progressistas: «Esta reforma vai representar uma verdadeira negação das regiões e das nações do Estado. Vamos retroceder 40 anos. É indispensável que todas as forças progressistas se unam para fazer frente ao projecto de Paris e, para tal, nós apostamos na autonomia», afirmou.
Seguidamente, Maite Goienetxe explicou o sentido da luta que o Autonomia Kolektiboa trava. «Estamos a construir Euskal Herria. Trabalhamos para a sua reunificação e nesse caminho devemos conseguir o reconhecimento de Ipar Euskal Herria e do seu direito a decidir. Estamos a construir as paredes sob um telhado comum», asseverou.
Goienetxe arrancou os aplausos da assistência ao evocar com um clamoroso «agur eta ohore» todos aqueles «que tanto trabalharam e que perderam a vida no caminho de construção de Euskal Herria». A porta-voz do colectivo realçou o «grande potencial» que os cidadãos bascos mostraram possuir ao longo dos anos: «Não esperámos que fossem reconhecidos os nossos direitos, construídos os instrumentos e as estruturas para podermos viver como bascos. Não nos deram nada. Foi através da luta que o conseguimos e é assim que conseguiremos também o estatuto jurídico para nos governarmos a nós mesmos de um modo democrático».
Apelo à unidade
A intervenção de Gabi Mouesca encerrou o encontro. O membro do Autonomia Kolektiboa continuou a defender o estatuto de autonomia, mas fê-lo dirigindo-se a diversos sectores da sociedade basca.
Assim, afirmou que para os independentistas «a autonomia é uma ferramenta, um processo, um corpus em movimento que possibilitará a transformação da actual situação e reconquistar a nossa liberdade e dignidade colectiva».
A Batera foi o destinatário seguinte da sua mensagem. Mouesca reconheceu o «trabalho eficaz» realizado pela plataforma. «É evidente que serviu para reforçar o sentimento basco mas a situação actual impõe-nos a revisão de determinadas opções tácticas» disse, antes de convidar a Batera a juntar-se à reivindicação da autonomia.
Exortou os abertzales cujos valores e projectos sociais disse não partilhar a juntarem-se também: «Não temos o mesmo projecto mas somos da mesma família e hoje a nossa casa - «gure aitaren etxea» - está em perigo. Trata-se de uma urgência nacional».
Dirigindo-se aos «adversários cujo desejo é o de que Euskal Herria desapareça», Mouesca sublinhou que «não renunciaremos a um ápice da nossa dignidade e identidade» e assegurou-lhes que «nós, abertzales, havemos de perdurar porque temos um ideal de vida e de justiça».
Já a concluir, dirigiu-se à juventude afirmando que são «o presente e o futuro do nosso país, o principal motor de transformação e os depositários do ideal abertzale» e lembrou-lhes que «a autonomia é uma ferramenta de libertação» por cuja reivindicação «alguns sacrificaram muitos anos da sua liberdade e, inclusive, deram a vida».
Depois do comício, numa tenda situada ao lado do frontão, houve um concerto no âmbito das iniciativas que foram organizadas pelos comités de Azkaine, Hiriburu e Uztaritze por ocasião dos dez anos de encarceramento de Aratz Gomez, Arkaitz Saez e Argi Perurena.
Arantxa MANTEROLA
Notícia completa: Gara
«É chegado o momento de activar as forças populares e de nos organizarmos para explicar e reivindicar a autonomia para Ipar Euskal Herria e nisso nós, abertzales, temos uma responsabilidade evidente, porque não podemos deixar nas mãos dos Lasserre e Brisson de turno o nosso futuro», proclamou energicamente Maite Goienetxe durante a sua intervenção.
Durante uma hora e meia os 400 participantes puderam ouvir os argumentos, repetidos pelos diversos oradores, que fazem com que a autonomia seja «uma utopia não só possível mas também necessária» para Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa. Uma afirmação que foi reforçada pelos dois representantes das duas forças políticas convidadas para o encontro, a UDB, da Bretanha, e a Modemas, da Martinica, cujos discursos foram precedidos de um vídeo e da actuação de três bertsolaris.
Henri Gourmelen, membro da direcção do partido bretão, explicou a progressão que está conhecer a reivindicação de autonomia na sua terra e sublinhou a necessidade, num momento em que no Estado francês se prepara a reforma das instituições locais, da união das forças progressistas: «Esta reforma vai representar uma verdadeira negação das regiões e das nações do Estado. Vamos retroceder 40 anos. É indispensável que todas as forças progressistas se unam para fazer frente ao projecto de Paris e, para tal, nós apostamos na autonomia», afirmou.
Seguidamente, Maite Goienetxe explicou o sentido da luta que o Autonomia Kolektiboa trava. «Estamos a construir Euskal Herria. Trabalhamos para a sua reunificação e nesse caminho devemos conseguir o reconhecimento de Ipar Euskal Herria e do seu direito a decidir. Estamos a construir as paredes sob um telhado comum», asseverou.
Goienetxe arrancou os aplausos da assistência ao evocar com um clamoroso «agur eta ohore» todos aqueles «que tanto trabalharam e que perderam a vida no caminho de construção de Euskal Herria». A porta-voz do colectivo realçou o «grande potencial» que os cidadãos bascos mostraram possuir ao longo dos anos: «Não esperámos que fossem reconhecidos os nossos direitos, construídos os instrumentos e as estruturas para podermos viver como bascos. Não nos deram nada. Foi através da luta que o conseguimos e é assim que conseguiremos também o estatuto jurídico para nos governarmos a nós mesmos de um modo democrático».
Apelo à unidade
A intervenção de Gabi Mouesca encerrou o encontro. O membro do Autonomia Kolektiboa continuou a defender o estatuto de autonomia, mas fê-lo dirigindo-se a diversos sectores da sociedade basca.
Assim, afirmou que para os independentistas «a autonomia é uma ferramenta, um processo, um corpus em movimento que possibilitará a transformação da actual situação e reconquistar a nossa liberdade e dignidade colectiva».
A Batera foi o destinatário seguinte da sua mensagem. Mouesca reconheceu o «trabalho eficaz» realizado pela plataforma. «É evidente que serviu para reforçar o sentimento basco mas a situação actual impõe-nos a revisão de determinadas opções tácticas» disse, antes de convidar a Batera a juntar-se à reivindicação da autonomia.
Exortou os abertzales cujos valores e projectos sociais disse não partilhar a juntarem-se também: «Não temos o mesmo projecto mas somos da mesma família e hoje a nossa casa - «gure aitaren etxea» - está em perigo. Trata-se de uma urgência nacional».
Dirigindo-se aos «adversários cujo desejo é o de que Euskal Herria desapareça», Mouesca sublinhou que «não renunciaremos a um ápice da nossa dignidade e identidade» e assegurou-lhes que «nós, abertzales, havemos de perdurar porque temos um ideal de vida e de justiça».
Já a concluir, dirigiu-se à juventude afirmando que são «o presente e o futuro do nosso país, o principal motor de transformação e os depositários do ideal abertzale» e lembrou-lhes que «a autonomia é uma ferramenta de libertação» por cuja reivindicação «alguns sacrificaram muitos anos da sua liberdade e, inclusive, deram a vida».
Depois do comício, numa tenda situada ao lado do frontão, houve um concerto no âmbito das iniciativas que foram organizadas pelos comités de Azkaine, Hiriburu e Uztaritze por ocasião dos dez anos de encarceramento de Aratz Gomez, Arkaitz Saez e Argi Perurena.
Arantxa MANTEROLA
Notícia completa: Gara