Ao associar vários textos de três grandes autores bascos - Bernardo Atxaga, Pier Pol Bertzaitz e Joseba Sarrionandia -, a peça de teatro Diaspora Bidean era aguardada pelo público. Reconstituindo alternadamente diferentes trajectórias de vida ligadas pelo exílio, a peça, cuja apresentação teve lugar no dia 13 de Novembro em Bordéus, foi encenada pela primeira vez em Ipar Euskal Herria [País Basco Norte] na sexta-feira passada no Grand Théâtre de Baiona.
Através do Jogo da Glória, jogo metafórico que representa a vida, os artistas das quatro companhias - para além da Théâtre du Versant, a companhia ContraJuego (Venezuela), Le Cochon SouRiant (Québec) e a companhia Ayizan (Haiti) - reconstituem, em frente aos espectadores surpreendidos pela simultaneidade das duas línguas (euskara e francês), diversas formas de exílio. Diferentes histórias, com as transições a serem alinhavadas pelo Théâtre du Versant. O exílio económico dos irmãos Ithurburu, escrito por Pier Pol Bertzaitz, serve então de fio condutor a esta solidão vista sob a perspectiva da diáspora basca.
De um exílio a outro
A peça inicia-se com a história de um exílio interior da autoria de Bernardo Atxaga. Prossegue com o exílio político de Goio e Maribel «a empregada dos Correios», personagens saídas da obra de Joseba Sarrionandia Lagun izoztua. O livro que recebeu o prémio Beterriko Liburua em 2001 aborda o exílio político e a solidão. Refugiado na Nicarágua, fechado numa espécie de autismo, o olhar vazio e sem comunicação, Goio está como que paralisado.
Sensacional Sarrionandia, vivo, incisivo, narrando com grande detalhes uma realidade que ele conhece muito bem. O texto foi escrito num euskara muito belo e a sua leitura na versão original teria porventura conferido ainda mais força a esta peça sobre o exílio basco. Gael Rabas, director do Théâtre du Versant, defende-se: «trabalhamos a coexistência das línguas em palco. Esta peça possui vocação para ser representada noutro local, mas o principal é em euskara».
Esta não é a opinião de Miren, que assistiu ao espectáculo na sexta-feira passada em Baiona e que lamenta que seja «sempre a mesma coisa. Quando se aborda autores contemporâneos bascos, a prioridade é dada sempre ao francês». Apesar da tradução simultânea, os espectadores bascófonos tiveram por vezes a sensação de assistir a uma ópera em italiano traduzida para francês. Os espectadores poderão talvez ter uma ideia no dia 6 Dezembro em Senpere (Lapurdi).
Através do Jogo da Glória, jogo metafórico que representa a vida, os artistas das quatro companhias - para além da Théâtre du Versant, a companhia ContraJuego (Venezuela), Le Cochon SouRiant (Québec) e a companhia Ayizan (Haiti) - reconstituem, em frente aos espectadores surpreendidos pela simultaneidade das duas línguas (euskara e francês), diversas formas de exílio. Diferentes histórias, com as transições a serem alinhavadas pelo Théâtre du Versant. O exílio económico dos irmãos Ithurburu, escrito por Pier Pol Bertzaitz, serve então de fio condutor a esta solidão vista sob a perspectiva da diáspora basca.
De um exílio a outro
A peça inicia-se com a história de um exílio interior da autoria de Bernardo Atxaga. Prossegue com o exílio político de Goio e Maribel «a empregada dos Correios», personagens saídas da obra de Joseba Sarrionandia Lagun izoztua. O livro que recebeu o prémio Beterriko Liburua em 2001 aborda o exílio político e a solidão. Refugiado na Nicarágua, fechado numa espécie de autismo, o olhar vazio e sem comunicação, Goio está como que paralisado.
Sensacional Sarrionandia, vivo, incisivo, narrando com grande detalhes uma realidade que ele conhece muito bem. O texto foi escrito num euskara muito belo e a sua leitura na versão original teria porventura conferido ainda mais força a esta peça sobre o exílio basco. Gael Rabas, director do Théâtre du Versant, defende-se: «trabalhamos a coexistência das línguas em palco. Esta peça possui vocação para ser representada noutro local, mas o principal é em euskara».
Esta não é a opinião de Miren, que assistiu ao espectáculo na sexta-feira passada em Baiona e que lamenta que seja «sempre a mesma coisa. Quando se aborda autores contemporâneos bascos, a prioridade é dada sempre ao francês». Apesar da tradução simultânea, os espectadores bascófonos tiveram por vezes a sensação de assistir a uma ópera em italiano traduzida para francês. Os espectadores poderão talvez ter uma ideia no dia 6 Dezembro em Senpere (Lapurdi).
-