domingo, 11 de agosto de 2013

Centenas de pessoas denunciam em Donostia a «involução» do Estado espanhol

Várias centenas de pessoas participaram ontem em Donostia na manifestação convocada pelo EH Bildu, pouco antes do tiro de canhão que dá início à Aste Nagusia, contra o «modelo centralista, corrupto e neoliberal» do Estado espanhol. No final da mobilização, Joxean Agirre afirmou que «ninguém irá obrigar» o povo basco a «afundar-se no abismo» em que o Estado espanhol caiu.

A marcha, que tinha como com o lema «Sasi guztien gainetik, Euskal Herria martxan» [Para lá de todos os obstáculos, EH em marcha] e que contou com a participação de diversos representantes da coligação, partiu às 17h00 do Boulevard, percorreu o centro da capital guipuscoana (ao longo do percurso ouviram-se várias consignas a favor do repatriamento e da libertação dos presos políticos bascos) e regressou ao Boulevard.

Ali, Joxean Agirre leu um texto em que recordou a presença do Primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, no Congresso para «dar conta das graves acusações que pesam sobre o sistema de financiamento dos partidos, e a concessão mútua de favores e obras públicas entre tesoureiros partidários e conhecidos empresários».
«Enquanto Rajoy fingia dar explicações, Rubalcaba (PSOE) parecia exigi-las. Ambos os partidos estão na base da decomposição do Estado, e entre os dois preparam uma segunda transição que visa proteger os flancos de ambos, manter os seus privilégios e continuar a negar Euskal Herria», disse.

«No que respeita à resolução definitiva e democrática do conflito político», o coordenador do Sortu em Gipuzkoa recordou que «a resposta de PP e PSOE ao sólido compromisso adquirido em Euskal Herria foi uma só», destacando que ambos insistiram no incremento da «violação de direitos, em manter a sua estratégia violenta nas prisões, na Audiência Nacional e nos planos de acção policial».

«A involução chegou, e pelos vistos para ficar, à sua estratégia concertada contra uma solução democrática para o conflito político: aí estão os novos julgamentos em Madrid, a fuga de ambos à proposta de paz de Urkullu, os seus apelos hipócritas ao "solo ético", enquanto continuam a negar e a esconder a sua responsabilidade em décadas de repressão e centenas de vítimas», acrescentou Agirre.
Neste sentido, referiu que «o Estado espanhol está incómodo neste novo cenário e que os seus esforços para o tornar inviável são mais um exemplo da sua decomposição».

«Ninguém irá impor a este povo uma solução injusta, que não queira, e menos ainda o irão obrigar a afundar-se no abismo, arrastado pelos ditames de Angela Merkel, do presidente "pepero" do Constitucional ou da maioria parlamentar da Carrera de San Jerónimo [metonímia/sinédoque para designar o Congresso dos Deputados]. É um clamor na Catalunha e é um clamor em Euskal Herria», concluiu. / Ver: naiz.info / Ver também: Berria

Em Donostia, desconhecidos lançam tinta para a fachada do Comando da Marinha  
Alde Zaharra, Donostia * EH
Na sexta-feira à noite, desconhecidos atiraram ovos cheios de tinta vermelha e amarela contra a fachada do edifício onde se situa o Comando da Marinha, na Alde Zaharra [Parte Velha] donostiarra. Os factos ocorreram pouco depois das onze e meia da noite. / Fonte: SareAntifaxista