Interveio Sabino Cuadra, deputado da Amaiur, e prestou-se uma homenagem ao dirigente sindical Igor Urrutikoetxea.
Finda a exibição do documentário 31 Urte, sobre Jose Mari Sagardui, Gatza, «o Mandela basco», libertado em 2011, depois de passar 31 anos na cadeia, o deputado da coligação independentista Amaiur, Sabino Cuadra Lasarte, efectuou um relatório minucioso sobre a luta popular e institucional que tem sido desenvolvida em Euskal Herria, no âmbito das «Cátedras Bolivarianas» da Taberna Basca de Buenos Aires.
Apresentado pelo director do Resumen Latinoamericano, Carlos Aznárez, Cuadra destacou os esforços feitos pela esquerda independentista no sentido de se avançar no caminho da paz e da resolução do conflito, bem como a atitude inflexível do Governo espanhol, que não só não deu passos em prol da resolução como ainda aumentou a repressão, fechando as portas ao diálogo.
O deputado da Amaiur no Congresso espanhol referiu-se também à situação dos/as presos/as bascos/as (mais de 500), que continuam a ser usados/as como reféns pelos governos espanhol e francês. Falou da grande jornada de mobilização pelos presos que em Janeiro terá lugar em Bilbo: «Trata-se de ocupar Bilbau e criar um mar de solidariedade». Por outro lado, está a ser preparada uma jornada pelo direito de autodeterminação, semelhante à realizada pelos catalães há pouco tempo. «Será um cordão humano de 160 quilómetros entre as localidades de Durango e Iruñea (Pamplona)» e realizar-se-á em Junho.
Homenagem a Igor Urrutikoetxea
Para recordar o recentemente falecido Igor Urrutikoetxa, os sindicalistas Fernando Cardozo (CTA) e Héctor Carrica (ATE) juntaram-se a Cuadra e Aznárez na mesa, tendo evocado a trajectória do ex-secretário de Relações Internacionais do LAB. A presidir à homenagem esteve uma ikurriña e uma bandeira do LAB oferecidas por Igor.
Muitos dos presentes lembravam-se de Igor a falar na Taberna, o ano passado, sobre a luta sindical em Euskal Herria. Fernando Cardozo, da secretaria internacional da CTA, fez um panegírico completo do militante falecido, desde a sua participação no LAB até intervenções que realizou em múltiplos fóruns internacionais, vincando sempre a posição de luta pela independência e a libertação social do seu povo.
Falou também do seu papel internacionalista e recordou a intervenção de Igor no último Congresso da Confederação Latino-americana de Trabalhadores Estatais (CLATE), que se realizou em Buenos Aires em 2012.
Héctor Carrica, que está à frente da Secretaria dos Direitos Humanos da Associação de Trabalhadores do Estado, recordou Igor como um basco comprometido com as causas da libertação nacional e social, e destacou o seu exemplo de coerência nos laços que manteve com camaradas da Argentina e do resto da América Latina. Depois de se referir a vários momentos dos seus encontros com o dirigente do LAB, terminou dizendo, emocionado: «Compañero Igor, presente!».
Por último, Aznárez elogiou o papel de Igor como sindicalista e internacionalista, e, dirigindo-se aos companheiros do LAB, disse que «neste país, que soube gostar do camarada que hoje evocamos, dizemos-lhes que não baixamos a guarda, continuaremos a defender Euskal Herria, continuaremos a denunciar personagens nefastas como o ex-juiz Baltasar Garzón, que tanto mal nos fez a nós, bascos e bascas independentistas, e dizemos a Igor na sua própria língua: "Egin, egingo dugu" (Continuamos, continuaremos)».
[Ver, na sequência: «Recordando Mandela e abraçando o canto popular latino-americano»] / Fonte: askapena.org