Hoje de manhã, a Guarda Civil deteve 16 pessoas, 12 das quais advogados, no âmbito de mais uma operação repressiva contra a esquerda abertzale. As detenções ocorreram em vários pontos de Euskal Herria e em Madrid, onde se encontravam Amaia Izko, Haizea Ziluaga e Eukene Jauregi, advogadas de defesa dos 35 militantes da esquerda abertzale cujo julgamento devia começar hoje no tribunal de excepção, mas que foi suspenso. A Guarda Civil efectuou buscas em diversos locais, incluindo a sede do LAB, de onde roubou o dinheiro que se juntou na manifestação de sábado para fazer frente às despesas da dispersão.
Os detidos são, na sua maioria, advogados e não se encontram incomunicáveis. Trata-se de Arantxa Aparicio, Aiert Larrarte, Onintza Ostolaza, Ainhoa Baglietto, Atxarte Salvador, Kepa Manzisidor, Jaione Karrera, Ane Ituño, Amaia Izko, Haizea Ziluaga, Eukene Jauregi e Alfonso Zenon. Foram detidas mais quatro pessoas: Jon Mindegiaga (em Ibarra, Gipuzkoa), Javier Carballido (em Barakaldo, Bizkaia), Nagore San Martin (em Zizur Nagusia, Nafarroa) e Fran Balda (em Arbizu, Nafarroa).
O Ministério espanhol do Interior diz que esta operação - designada «Mate» - complementa a operação «Xeque» (Janeiro de 2014) e contra o Herrira (Setembro de 2013). Numa nota, acusa os detidos de «integração em organização terrorista por fazerem parte da frente das prisões da ETA», de branqueamento e de crimes fiscais, por alegadamente não terem declarado ao fisco verbas recebidas em 2012 e 2013, que seriam provenientes da «assistência jurídica a membros do colectivo de presos» (EPPK).
Roubo dos fundos reunidos no sábado
Na capital biscainha, a Guarda Civil entrou na sede do LAB, onde efectuou buscas e de onde levou o dinheiro que se juntou na manifestação de sábado para apoiar os presos políticos bascos. Em declarações à comunicação social, a secretária-geral do sindicato, Ainhoa Etxaide, recordou que a manifestação foi legal e que os fundos nela obtidos foram dados voluntariamente pelos participantes «para ajudar a fazer frente às despesas da política de dispersão». Disse ainda que o dinheiro ficou ali guardado para ser depositado hoje de manhã, quando os bancos abrissem.
A Guarda Civil efectuou buscas noutros locais: escritórios de advogados em Iruñea, Bilbo e Hernani (Gipuzkoa), uma garagem em Iruñea e várias herrikos (em Durango, Gernika, Bilbo e Leioa). Para o final da tarde foram convocadas cerca de 40 mobilizações, por todo o território basco.
Numa conferência de imprensa que teve lugar no Colégio de Advogados da Bizkaia, em Bilbo, cerca de 50 advogados denunciaram a operação policial de hoje, sublinhando que o objectivo subjacente à mesma foi deixar os presos políticos bascos sem defesa e assistência jurídica; os presentes comprometeram-se a não deixar nenhum preso basco nessas circunstâncias. LAB, Sortu e Movimento pró-Amnistia e contra a Repressão denunciaram de forma veemente a operação de hoje. / Ver: Berria e naiz
Operação da Guarda Civil [Ahotsa]FOTOS: operação contra advogados bascos (Berria / naiz)
Leitura: «De ajedrez y cobardes», de Borroka Garaia (BorrokaGaraiaDa)
No tienen el valor para decirlo. Son cobardes. La razón por la que no tienen ese valor reside en que en el fondo son conscientes de la justicia de la causa vasca por su libertad y no pueden permitir que el mundo sepa sus propias motivaciones, lo que hacen y porqué.