
O cancro foi detectado ao arrasatearra em 2005 e logo nessa altura lhe foi recusada a liberdade condicional. Sete anos mais tarde, a 1 de Agosto de 2012, o Ministério espanhol do Interior transferiu o preso da cadeia de León, onde cumpria pena, para o Hospital Donostia, para que fosse tratado ao cancro do rim com metástases que o afectava.
Uma semana depois, o preso iniciou uma greve de fome – que iria durar quinze dias – para exigir a sua libertação e «um tratamento digno». «Não peço nada de especial, apenas um tratamento justo, tendo em conta a minha situação. Entro em greve de fome pelas razões que aqui refiro e, sobretudo, porque o Governo espanhol está a prolongar esta situação inaceitável, levando ao extremo a sua crueldade e o seu ódio. É inaceitável que catorze presos gravemente doentes sejam mantidos num corredor da morte prisional», disse.
Nessa altura, as mobilizações de apoio ao preso de Arrasate ganharam ainda mais força. Entre muitas iniciativas, destacam-se as várias acções levadas a cabo em dezenas de prisões, secundadas por centenas de presos, ou a greve de fome realizada por uma dezena de pessoas à porta do Hospital Donostia, bem como os jejuns e enclausuramentos levados a cabo em diversas localidades.

O acosso, sob a pressão da extrema-direita espanhola, manteve-se até ao fim, com pedidos de novas avaliações da doença, a revogação da liberdade condicional e a passagem a prisão domiciliária. Esta semana, por um caso relativo a 1986 (altura em que a ETA estava em guerra com as forças de ocupação), o Ministério Público pediu 29 anos de prisão para o arrasatearra. O funeral, civil, é amanhã ao meio-dia, no Parque Aldai. / Ver: ahotsa.info / VER: Nota da Etxerat (1 e 2)
Leitura: «¿Por qué no lo reivindican?», de Borroka Garaia (BorrokaGaraiaDa)
Josu Uribetxeberria no se ha muerto. Lo ha matado la política penitenciaria, la tortura, la desasistencia sanitaria y la dispersión.