Cerca de 1600 pessoas vieram, ontem, para as ruas de Donibane Garazi (Nafarroa Beherea) exigir o fim dos julgamentos políticos e o envolvimento dos Estados espanhol e francês «na construção da paz». Dentro de poucos dias, Intza Oxandabaratz e Aurore Martin, que habitam neste território do País Basco Norte, enfrentam processos judiciais em Paris e Madrid, respectivamente.
A mobilização foi convocada pelo comité de apoio «Libre Baxe Nafarroa» com o lema «Intza, Aurore eta beste guziak libre». Intza (Gamarte) e Aurore (Eiheralarre) mereceram especial atenção porque vivem neste território, mas os organizadores da mobilização não esqueceram Haizpea Abrisketa (habitante de Urruña, também no País Basco Norte), bem como todos os cidadãos bascos visados por julgamentos políticos. «Euskal Herria está a tentar construir a paz, e é esta a resposta dos Estados: processos judiciais e encarceramentos, e os presos distantes e dispersos como sempre!», afirmaram membros do comité no final da mobilização.
Lembraram ainda que o julgamento de Intza Oxandabaratz está previsto para dia 21, em Paris, e que ela corre o risco de ir para a cadeia - algo de «incompreensível», como salientaram, também para os 230 presidentes de Câmara e conselheiros municipais dos cantões de Garazi, Baigorri e Oztibarre que subscreveram uma moção em defesa de Intza.
Aurore Martin e Haizpea Abrisketa, que podem apanhar dez anos de cadeia por terem sido militantes do Batasuna, iam começar a ser julgadas na AN espanhola, com mais 33 militantes da esquerda abertzale, no passado dia 12, mas o início do julgamento foi adiado para dia 29 depois de três dos seus advogados terem serem detidos na operação «Mate». Aurore seguia à frente da mobilização e afirmou que «é bem diferente enfrentar o processo sabendo que os habitantes do País Basco estão com eles». «São vocês que nos dão força», acrescentou. / Ver: kazeta.info e mediabask