De volta a Donostia, Currin expôs a sua perspectiva «pessoal» sobre o «conflito» que se dá em Euskal Herria e Espanha, onde «não existe um processo de paz» e é necessário «empreender o caminho» para o pôr em marcha.
O advogado deu como exemplos de «processos de Paz bem sucedidos» o Dia da Juventude, que hoje se celebra na África do Sul, em memória da matança de 1976 no Soweto, ou o facto de o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ter pedido «perdão» às famílias dos mortos e feridos no «Domingo Sangrento» de 1972.
Neste sentido, destacou que o Estado não pode optar «pela via policial» para alcançar a Paz. A este respeito, considerou que actualmente o Governo espanhol «não tem uma razão que o mova para a via da negociação» porque «acredita que só pela aplicação da via policial é que vai convencer o mundo, e a Europa, de que não existe nenhum conflito basco», que a maioria dos espanhóis «está de acordo com a Constituição» e que «a culpa é de uns extremistas com fraco apoio».
Disse que o Governo central «faz a sua própria guerra contra a ETA com o apoio internacional», e, perante isto, «cabe aos partidos bascos convencê-lo de que existem boas razões para confiar no que se está a fazer hoje em Euskal Herria e iniciar uma negociação».
Currin lamentou o facto de ainda «nem todos os partidos políticos estarem de acordo com isso, com a ideia de que a negociação é a melhor solução», tendo salientado no entanto que essa aceitação por si mesma não basta, mas requer «um compromisso sustentado e partilhado» que «exige um grau de confiança» em todas as partes, e que estas acreditem que «a resolução é possível».
«Euskal Herria deveria ter um processo de Paz aberto, transparente e estruturado, e para tal é fundamental que as organizações políticas que representam a parte dos cidadãos que não estão satisfeitos com a actual situação estejam legalizadas».
No entanto, a extrema-direita espanhola insiste, pela voz de alguns dos seus dirigentes, em manter o apartheid político contra a Ezker Abertzalea, sendo que vastos sectores do PSOE e do próprio PNV estão bastante cómodos com a Ezker Abertzalea ilegalizada.
A paz chegou à África do Sul à custa de grandes sacrifícios de todas as partes, e, se é verdade que este país africano está longe de ter alcançado a justiça social, pelo menos conseguiu-se desactivar o conflito bélico que existiu em virtude do racismo da população branca.
Em Euskal Herria, deve-se chegar a uma situação de democracia e de paz, através do Processo Democrático em que o Boltxe Kolektiboa também aposta, e, a partir daí, todas as opções políticas devem poder participar em igualdade de circunstâncias, podendo concretizar os seus projectos, incluindo o da possibilidade da independência e do socialismo.
Fonte: boltxe.info
Ver também: «Currin e outros peritos realçam que a solução começa em Euskal Herria», de Ramón SOLA
"Tinham-se reunido para falar do apoio internacional à resolução do conflito basco, mas Brian Currin, Denis Haughey, Pierre Hazan e Willian Weisberg acabaram por concordar que a saída começa em Euskal Herria, e, mais concretamente, que os bascos devem encontrar pontos de união e pressionar Madrid aproveitando a via aberta pela esquerda abertzale. Até Juan José Ibarretxe admitiu essa falta."
O advogado deu como exemplos de «processos de Paz bem sucedidos» o Dia da Juventude, que hoje se celebra na África do Sul, em memória da matança de 1976 no Soweto, ou o facto de o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, ter pedido «perdão» às famílias dos mortos e feridos no «Domingo Sangrento» de 1972.
Neste sentido, destacou que o Estado não pode optar «pela via policial» para alcançar a Paz. A este respeito, considerou que actualmente o Governo espanhol «não tem uma razão que o mova para a via da negociação» porque «acredita que só pela aplicação da via policial é que vai convencer o mundo, e a Europa, de que não existe nenhum conflito basco», que a maioria dos espanhóis «está de acordo com a Constituição» e que «a culpa é de uns extremistas com fraco apoio».
Disse que o Governo central «faz a sua própria guerra contra a ETA com o apoio internacional», e, perante isto, «cabe aos partidos bascos convencê-lo de que existem boas razões para confiar no que se está a fazer hoje em Euskal Herria e iniciar uma negociação».
Currin lamentou o facto de ainda «nem todos os partidos políticos estarem de acordo com isso, com a ideia de que a negociação é a melhor solução», tendo salientado no entanto que essa aceitação por si mesma não basta, mas requer «um compromisso sustentado e partilhado» que «exige um grau de confiança» em todas as partes, e que estas acreditem que «a resolução é possível».
«Euskal Herria deveria ter um processo de Paz aberto, transparente e estruturado, e para tal é fundamental que as organizações políticas que representam a parte dos cidadãos que não estão satisfeitos com a actual situação estejam legalizadas».
No entanto, a extrema-direita espanhola insiste, pela voz de alguns dos seus dirigentes, em manter o apartheid político contra a Ezker Abertzalea, sendo que vastos sectores do PSOE e do próprio PNV estão bastante cómodos com a Ezker Abertzalea ilegalizada.
A paz chegou à África do Sul à custa de grandes sacrifícios de todas as partes, e, se é verdade que este país africano está longe de ter alcançado a justiça social, pelo menos conseguiu-se desactivar o conflito bélico que existiu em virtude do racismo da população branca.
Em Euskal Herria, deve-se chegar a uma situação de democracia e de paz, através do Processo Democrático em que o Boltxe Kolektiboa também aposta, e, a partir daí, todas as opções políticas devem poder participar em igualdade de circunstâncias, podendo concretizar os seus projectos, incluindo o da possibilidade da independência e do socialismo.
Fonte: boltxe.info
Ver também: «Currin e outros peritos realçam que a solução começa em Euskal Herria», de Ramón SOLA
"Tinham-se reunido para falar do apoio internacional à resolução do conflito basco, mas Brian Currin, Denis Haughey, Pierre Hazan e Willian Weisberg acabaram por concordar que a saída começa em Euskal Herria, e, mais concretamente, que os bascos devem encontrar pontos de união e pressionar Madrid aproveitando a via aberta pela esquerda abertzale. Até Juan José Ibarretxe admitiu essa falta."