terça-feira, 8 de junho de 2010

Marchas em denúncia da dispersão, que provoca outro acidente


Centenas de pessoas secundaram este fim-de-semana as iniciativas convocadas em prol dos direitos dos presos políticos bascos e exigindo a sua repatriação. Mas a dispersão também voltou a mostrar a sua cara, provocando um novo acidente rodoviário, que se deu no regresso de uma visita.

Tal como acontecerá no fim-de-semana que vem, neste sábado as mostras de solidariedade para com os presos políticos bascos chegaram até ao lado de fora das prisões espanholas de Herrera de la Mancha e Alcázar de San Juan. Nestas, bem como nos Elkartasun Egunak de Arrasate, Soraluze, Elizondo e Azkoitia, também se exigiu o respeito pelos direitos dos prisioneiros políticos bascos, a sua repatriação e o fim da política penitenciária de dispersão. Uma política do Executivo espanhol que esteve na origem de um novo sinistro rodoviário, quando três amigos da presa política Sonia Jacinto, encarcerada em Estremera, sofreram um acidente depois de a visitarem, no domingo.
De acordo com as informações avançadas pelo Movimento pró-Amnistia, o caso ocorreu na madrugada de domingo, por volta das 2h, junto a Alegia, e, embora os três feridos não inspirem cuidados, tiveram de receber assistência num centro hospitalar. Para além disso, a viatura em que seguiam ficou totalmente destruído, segundo precisaram.
Precisamente com o objectivo de mostrar a sua solidariedade aos presos políticos bascos e assim romper a incomunicação a que a dispersão penitenciária os pretende votar, centenas de pessoas participaram nas diversas marchas às prisões espanholas que se realizaram este fim-de-semana.

Jose Luis Elkoro Libre!
No caso de Bergara, de onde partiram quatro autocarros - um deles duplo - e vários veículos, a plataforma Jose Luis Elkoro Libre! - que conta com participantes de distintas sensibilidades ideológicas e, entre outros, todos os autarcas que houve na localidade - exigiu a libertação do ex-autarca de Bergara e dirigente histórico da esquerda abertzale às portas da prisão de La Moraleja (Palência). Os bascos juntaram-se em Dueñas a membros da Izquierda Castellana - entre outros, Doris Benegas - e percorreram os 4 km de distância até à prisão com trikitixa, gigantes, bertsos e ambiente festivo. No lado de fora da prisão, levaram a cabo um acto político que, como vieram a saber mais tarde, foi ouvido por Elkoro e os restantes presos políticos ali reclusos.
Para além disso, no dia anterior, sábado, cerca de 170 guipuscoanos deslocaram-se até às prisões de Herrera de la Mancha e Alcázar de San Juan para mostrar a sua solidariedade aos presos políticos, que nestes momentos se encontram envolvidos na dinâmica de luta rotatória. Em ambas as prisões fizeram ouvir a txalaparta, a dultzaina e bertsos, assim como gritos em seu apoio, a que os bascos ali encarcerados responderam.
Também no sábado, centenas de pessoas participaram nos actos programados no âmbito dos Elkartasun Eguna [Dia da Solidariedade] que se levaram a cabo em Arrasate - com uma pessoa identificada -, Elizondo, Soraluze e Azkoitia.
Fonte: Gara

Em Langraitz, uma presa política pressionada para mostrar arrependimento
De acordo com o Movimento pró-Amnistia, a presa política Nahaia Aguado sofreu pressões no sentido de assinar um folha em que se manifestava arrependida. Em troca, podia ficar na prisão de Langraitz (EH).
Nahaia Aguado foi levada da prisão de Brieva para a de Langraitz, em Euskal Herria, para poder visitar a sua avó, em virtude do seu estado de saúde. Então, carcereiros desta última prisão começaram a exercer diversas pressões psicológicas sobre Nahaia, segundo denunciou, tendo-lhe apresentando, concretamente, algumas folhas para assinar nas quais se dava como culpada e assumia arrependimento. Em compensação, disseram-lhe que podia ficar na prisão de Langraitz.
Confrontados com a recusa de Nahaia em assinar as folhas, ameaçaram-na com a dispersão e castigos.
Fonte: askatu.org