domingo, 20 de junho de 2010

A Guarda Civil ameaça carregar sobre uma concentração pró-presos


O encontro semanal de Berango (Bizkaia) a favor dos direitos dos presos foi, esta quinta-feira, entorpecido pela actuação da Guarda Civil. Depois de retirar as barreiras que tinham colocado nas entradas da localidade biscainha, por volta das 20h25 de quinta-feira, seis jipes dos grupos GAR da instituição militar surgiram no momento em que os congregados recolhiam a faixa e se preparavam para abandonar o local.
O Movimento pró-Amnistia precisou que os jipes pararam no meio da estrada e que os agentes desataram a correr em direcção às pessoas que tinham participado na concentração, identificando um a um os 35 berangarras que nela tinham participado, e retendo-os durante meia hora. A dada altura, um agente da instituição militar exibiu um bastão extensível e ameaçou carregar sobre os presentes.
As pessoas retidas denunciaram a acção da instituição militar com palavras de ordem que exigiam a «retirada das forças de ocupação» e cantarolando a canção popular «Aupa gizonak», até os agentes abandonaram o município, meia hora depois.

Campo em greve de fome
Por outro lado, o preso político donostiarra José Luís Campo iniciou na quinta-feira uma greve de fome por tempo indefinido, exigindo que se ponha fim à sua situação de isolamento e solicitando, ainda, que lhe sejam devolvidos os seus pertences.
Devido às inundações que tiveram lugar na quarta-feira em parte do Estado francês, os presos que se encontravam na prisão de Draguignan, entre eles este donostiarra, tiveram de ser evacuados e transferidos para outras prisões francesas. Campo foi levado para a prisão de Uzerch mas, devido à atitude dos carcereiros, não pôde levar nada consigo, pelo que tudo o que tinha continua a estar na sua cela de Draguignan.
Para além disso, nesta nova prisão, o donostiarra também é o único preso político basco, tal como acontecia na prisão anterior, daí que tenha empreendido esta greve de fome, segundo fez saber o Movimento pró-Amnistia.

Mobilizações
Como acontece todas as sextas-feiras, em Ondarroa concentraram-se 262 pessoas para exigir o respeito pelos direitos dos presos; em Orio 36; em Lizarra 45, tal como em Getaria; 137 em Lekeitio; 75 em Bergara; 360 em Gasteiz; 53 em Etxarri-Aranatz; 46 em Lizartza; 50 em Berriozar; 200 em Hernani; 185 em Orereta; 25 em Bera; 68 em Lazkao; 24 em Mundaka; 90 em Algorta; 53 em Soraluze; 252 na capital navarra; 60 em Oñati e em Urretxu-Zumarraga; 79 em Zornotza; 190 em Donostia; 35 em Amurrio e 40 em Deba. Em Zarautz 120 pessoas denunciaram a retirada de fotos de presos, já que, na terça-feira passada, a Ertzaintza entrou pela terceira vez na herriko taberna da associação Arrano e, depois de ter identificado e ameaçado o empregado, levou as fotos dos presos políticos que ali se encontravam.
Fonte: Gara e askatu.org

A Ertzaintza retira uma placa em memória de uma vítima dos GAL em Azkoitia
A batalha do Governo do PSE contra os símbolos evocativos de perseguidos bascos já passou para a censura às vítimas dos GAL como Ramón Oñederra «Kattu». No sábado, a Ertzaintza arrancou uma placa que o evocava, juntamente com mais dois militantes azkoitiarras da ETA já falecidos: Jabier Larrañaga «Peru» e José Luis Salegi «Txipi». Para além do mais, o Departamento do Interior julgava que o «Peru» ali mencionado era Bixente Perurena, também vítima dos GAL.
Os ertzainas retiraram a placa, que se encontrava junto a uma igreja de Azkoitia (Gipuzkoa), por ordem do Departamento do Interior, que considerou que as inscrições podiam infringir a legalidade e que o monumento não se encontrava em terrenos municipais ou pertencentes à paróquia ou à diocese de Gipuzkoa.
Jabier Larrañaga «Peru» morreu num hospital de Baiona em 1979, depois de ser atingido quando fugia da Polícia francesa; Ramón Oñederra «Kattu» foi abatido a tiro num bar de Baiona, em 1983, numa das primeiras acções dos GAL e José Luis Salegi «Txipi» foi encontrado morto no México em circunstâncias estranhas, em Agosto de 1997.
A esquerda abertzale emitiu uma nota em que sublinha, com ironia, o «paradoxo» que representa o facto de a evocação ter sido suprimida «pelo mesmo PSOE que criou os GAL».
Fonte: Gara

A Segi apela a uma concentração de apoio a Ion Telleria
A decisão relativa ao mandado de detenção europeu emitido contra Ion Telleria foi adiada, na semana passada, porque o processo ainda não tinha chegado ao Tribunal de Pau, pelo que este tribunal se pronunciará esta terça-feira. Na véspera, o movimento juvenil abertzale Segi vai organizar uma concentração às 18h em frente ao consulado de Espanha em Baiona. «Os estados francês e espanhol, ao atacarem estes militantes independentistas, estão a atacar todo um projecto político», denuncia a Segi num comunicado.
Fonte: le journal du Pays Basque-EHko kazeta