segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Bildu avisa Madrid que não pode colocar obstáculos «à livre escolha de propostas»

O Bildu realizou no Kursaal, em Donostia, o seu primeiro acto político, no qual reuniu uma centena de candidatos de Gipuzkoa, Bizkaia, Araba e Nafarroa. Os membros da coligação convidaram as pessoas a «levar a meada do Bildu a todos os lugares» e exigiram a Madrid que atenda «sem demoras» à exigência de respeito por aquilo que Euskal Herria decidir.

No acto, que se prolongou durante uma hora, aproximadamente, o porta-voz da Alternatiba, Oskar Matute, foi o primeiro a tomar a palavra, para salientar que se inicia «uma nova etapa repleta de expectativa» e que o projecto do Bildu constitui uma experiência «inédita e necessária».

Por seu lado, Bakartxo Ruiz, da plataforma Herritaron Garaia, sublinhou que «não se podem colocar obstáculos à livre escolha de propostas e candidatos que deve orientar o futuro deste país», afirmando que «não queremos leis de partidos que impeçam a participação [dos cidadãos] e a composição das instituições a partir da normalidade democrática».

Pello Urizar, secretário-geral do EA, afirmou que este é o momento para «mudar a situação, para caminhar para um outro cenário» e que, por essa razão, «estão nervosos e ainda vão ficar mais». Criticou o Governo espanhol por «nos anunciar caças às bruxas no mais puro estilo do macarthismo, e ainda têm a cara-de-pau de dizer que vão observar as nossas listas à lupa».

«A última notícia de hoje é a da lupa dupla», disse, em alusão às ameaças que o ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rubalcaba voltou a lançar contra o Bildu no sábado de manhã. Dizem-no «aqueles que nem com todas as lupas do mundo, nem com acusações em julgamentos, nem com confissões em jornais são capazes de encontrar o X dos Gal».
«Estes vão-nos dar lições de democracia a nós», ironizou.

O primeiro acto político do Bildu terminou com uma kalejira ao ritmo de «A Internacional» e com o canto do «Eusko Gudariak».
Notícia completa: Gara

Ver crónica do comício, por Ramón SOLA, aqui.

Ver também:
«Madrid impede 40 000 cidadãos bascos de serem candidatos», de Iñaki IRIONDO (Gara)
Apesar de não terem oficialmente nenhum dos seus direitos civis e políticos restringido, existem cerca de 40 000 pessoas que, por terem sido candidatos ou interventores de partidos ou grupos ilegalizados, não se podem apresentar em nenhuma lista sobre a qual pese a suspeita de ser próxima da esquerda abertzale, pois poderiam provocar a sua ilegalização.

«A extrema direita espanhola volta a manifestar-se em Madrid pedindo que o apartheid político continue a ser política de estado» (kaosenlared.net) / Ver também: boltxe.info (com fotos sortidas)


«A marcha pró-legalização em Bilbo duplicou a da AVT em Madrid»
Gara * E.H.
A convocatória da AVT para exigir que a esquerda abertzale continue ilegalizada foi um fiasco de participação. Apesar de ter lugar em Madrid e com autocarros fretados de outros pontos do Estado espanhol, nem sequer juntou metade das pessoas que estiveram na manifestação de Fevereiro em Bilbo a favor da legalização. O PP basco não sai incólume...