domingo, 23 de junho de 2013

Milhares de pessoas exigiram a demissão de Barcina nas ruas de Iruñea

Milhares de pessoas participaram ontem em Iruñea na manifestação convocada pela associação Kontuz, exigindo a demissão da presidente do Governo de Nafarroa, Yolanda Barcina, e que a investigação do «caso CAN» prossiga na Comunidade foral.

A mobilização ocorreu poucos dias depois de a juíza que investiga o caso das duplas e triplas cobranças de honorários na Caja Navarra ter enviado o processo para o Supremo Tribunal espanhol, para que Yolanda Barcina deponha como imputada pela alegada prática do crime de suborno [cohecho impropio]. A associação de consumidores apresenta-se como acusação particular no processo.

Com o lema «No a la corrupción. Barcina dimisión. Queremos que el caso CAN se investigue aquí», a manifestação partiu pouco depois das 18h00 dos cinemas Golem e, uma hora depois, a parte dianteira da mobilização chegava à Gaztelu plaza, onde se procedeu à leitura de um comunicado.

Durante o percurso, os manifestantes, entre os quais se encontravam representantes de várias forças políticas e organizações sociais, culturais e sindicais, gritaram várias palavras de ordem contra a UPN e a exigir as demissões de Barcina e do autarca de Iruñea, Enrique Maya.

«Fuera los ladrones de las instituciones», «UPN, kanpora», «Que sí hay solución, Barcina dimisión y banqueros a prisión», «Que se vaya Enrique Maya» ou «Bat, bi, hiru, lau, que devuelvan lo robau» foram algumas dessas consignas de protesto, que mais intensas se tornaram à passagem pela sede da UPN, da CAN e do Governo de Navarra.


«Há seis meses, viemos para a rua exigir a verdade sobre o que se passava na CAN», afirmou Javier Ayestaran, presidente da Kontuz, em declarações aos jornalistas, tendo acrescentado: «agora o que o povo pede é justiça, uma justiça igual para todos e sem privilégios».

«Exigimos a demissão de Yolanda Barcina não por questões políticas, mas por decência política», precisou Ayestaran; a sua demissão permitiria que o julgamento do «caso CAN» se realizasse em Nafarroa, e os navarros têm direito a isso, afirmou.

Depois de sublinhar que «o dinheiro que desapareceu era dinheiro das navarras e dos navarros e que os alegados crimes foram cometidos em Nafarroa por políticos navarros», Ayestaran disse que não é aceitável que, ostentando «um cargo de representação dos navarros, alguém o use como escudo para ir adiando a questão».

Ayestaran qualificou a acção da presidente do Executivo como «imperdoável» e «eticamente deplorável», tendo afirmado que «não deve representar os navarros nem mais um minuto». Disse ainda que é «imperdoável ter como presidente uma pessoa cuja maior preocupação é procurar uma boa defesa».

A manifestação, que, de acordo com os seus promotores, não tinha um carácter «partidário, mas era uma marcha cívica», contou com o apoio de todos os partidos políticos com excepção do PSN e, como já se esperava, de UPN e PP. / Fonte: lahaine.org 

Ver também: «Milhares de pessoas voltam a reclamar a demissão de Barcina», de Martxelo DÍAZ (Gara)

Excerto da leitura do comunicado (Ion Telleria, naiz.info)