sábado, 29 de junho de 2013

Na homenagem a Yolanda González exigiu-se o fim da impunidade de Hellín

Familiares, amigos e companheiros de luta recordaram na terça-feira passada a militante revolucionária Yolanda González, uma bilbaína assassinada pelo elemento da extrema-direita Emilio Hellín a 1 de Fevereiro de 1980 em Madrid, depois de ter sido sequestrada por um comando do Batallón Vasco Español (BVE) na sua própria casa.

Poucos minutos antes das 20h00, hora marcada para o início da cerimónia, o centro Bidarte, no coração do bairro bilbaíno de Deustua, estava completamente cheio, de tal forma que algumas das centenas de pessoas ali presentes tiveram de assistir ao acto em pé.

O bertsolari Arkaitz Estiballes deu início à homenagem com um bertso sentido em que, para além de recordar a figura de González, destacou a «impunidade» que rodeia Emilio Hellín, novamente na berlinda pela sua participação como perito no julgamento da morte de duas crianças de Córdova. Este apelo à justiça foi uma constante ao longo de todo o acto.

A um aurresku em honra da família, seguiu-se o visionamento de um vídeo em que companheiros de militância e amigos traçaram o percurso de vida e o perfil ideológico de Yolanda González, para além de incidirem nas obscuras circunstâncias do seu sequestro e da sua morte.

A segunda parte do vídeo centrou-se na figura de Emilio Hellín, na análise do tempo que passou na prisão, nas suas fugas constantes - uma delas para o Paraguai com toda a sua família -, na sua ajuda às forças militares do ditador Stroessner (também no Paraguai) e, sobretudo, na sua colaboração, depois do regresso ao Estado espanhol, com vários corpos policiais, incluindo a Ertzaintza e os Mossos d'Esquadra.

Uma sentida mesa-redonda
A homenagem incluiu uma mesa-redonda em que participaram o historiador Josu Chueca; Itziar Manteca, companheira de militância de González; Alejandro Arizkun, companheiro sentimental da deustuarra; Asier González, o seu irmão; e Ane Morales, uma militante do bairro.

Os seus diferentes relatos retrataram Yolanda González de uma forma emocionante e emocionada, no plano histórico, político e também pessoal, confluindo numa mensagem clara: que, ao cabo de 31 anos, se faça justiça. / Mikel PASTOR / Fonte: Gara

Ver também: «Yolanda González: en su memoria, por nuestra lucha», de Plataforma de Compañer@s, Familiares y Amig@s de Yolanda González (Ahaztuak 1936-1977)

«Yolanda Gonzalez gogoan, zigorgabetasunaren kontra» (BilboBranka)

Bilboko Branka, um à-parte
É com tristeza que anunciamos o fim do projecto informativo da Bilboko Branka, para nós - aseh - uma via essencial de contacto com a realidade do nosso querido botxo, a cidade de Bilbo/Bilbau. De baixo e à esquerda, numa perspectiva claramente anti-racista e antifascista, feminista, abertzale e euskaldun, permitiu-nos acompanhar, nos últimos anos, as lutas do movimento popular, as lutas dos trabalhadores, a solidariedade com os presos. Por isso, é com tristeza que divulgamos o «adeus» do Bilboko Branka, esperando que seja um «em trânsito». Mila esker egindako lanagatik! Animo eta besarkada handi bat guztioi.