Em conferência de imprensa, representantes do MpA fizeram saber que polícias à paisana costumam seguir os militantes que defendem a amnistia no seu dia a dia – «quando vão trabalhar, praticar desporto, quando estão com os amigos» – e acusaram o Estado espanhol de querer transformar em «algo normal a violação das liberdades de opinião, reunião e expressão». A «repressão é a única convivência e a única paz que o Estado espanhol oferece ao povo trabalhador basco», acrescentaram.
Para além disto, o MpA revelou que seis dos seus membros foram intimados a depor no dia 29 na AN espanhola, por alegado «enaltecimento do terrorismo». A iniciativa partiu de «um fascista», o delegado do Governo espanhol, Carlos Urquijo, e de uma associação de extrema-direita, usando como desculpa a «humilhação às vítimas» – desculpa porque, disseram, «a sua intenção não é defender a memória de ninguém, mas sim impor uma narrativa distorcida sobre o que se passou e passa neste país».
Tribunal fascista, sem legitimidade
O MpA recordou os antecedentes históricos da Audiência Nacional (o TOP franquista), os milhares de pessoas que por ela passaram, «acabadas de torturar», e lembrou ainda o apoio deste tribunal «ao terrorismo de Estado» ou os casos recentes dos utilizadores do Twitter, dos marionetistas, dos solidários com o Curdistão e com o Donbass que caíram sob a sua alçada, «porque a sua acção consiste em punir o mais possível quem faz frente ao sistema».
Quase no final, sublinharam que representam «o povo organizado para conseguir a amnistia, porque querem que todos os perseguidos políticos sejam libertados sem condições e não aceitam que ninguém seja punido por lutar pela concretização da independência e do socialismo» para o povo basco, face ao «sistema capitalista, que os rouba, despeja e humilha». / Ver: lahaine.org e amnistiaaskatasuna